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- 11/05/2017
- redacao
por Bárbara Gomes
Após dois anos da mistura entre o “solinho do violino” e o ranger da “Metralhadora” ter conquistado a playlist dos baianos e atingir repercussão nacional, a vocalista Tays Reis, da banda Vingadora, avaliou a trajetória do grupo e tem apostado no lançamento do novo EP. “É diferenciado. A gente buscou estudar o que tem de atual no mercado, pra não ser só mais uma banda”, explicou a cantora, que esteve na redação do Bahia Notícias para falar do novo repertório e dos planos para a gravação do DVD.
Após dois anos e meio do sucesso da “Metralhadora”, como você avalia a trajetória da Vingadora?
Primeiro, muito feliz! Por onde passamos temos levado um público muito grande. Acho que a banda nesses três anos conseguiu uma legião de fãs. A gente pode ver essa força nas redes sociais e a galera gritando. Também através dos meus fãs clubes, vários: “I love Tays Reis”, “Amo Tays Reis”… Tenho até meninas com tatuagem com meu nome. Então tudo que a gente plantou deu certo, né? A gente trilhou por um caminho de entregar nas mãos de Deus, Ele nos protege de tudo. Sou muito grata também às pessoas que estavam comigo o tempo inteiro, desde o início da banda. Se você me perguntar se mudou alguma coisa, mudou pouco… Mas é aquela coisa de família mesmo na banda, todo mundo se respeita, respeita o limite um do outro, não é só aquela coisa de mandar… Estou muito realizada, eu cheguei onde eu queria.
Pode-se dizer que vocês viveram uns momentos de euforia com o surgimento da banda e agora degustam, de uma forma mais calma, a carreira?
A gente está em outra vibe, no início não tinha tempo de nada, entender nada. Era tudo assim: ‘Vá!’. A gente estava numa cidade e ligavam pedindo a gente. Um momento muito eufórico… Agora temos tempo pra relaxar, entender a nossa música, o repertório. Esse novo EP, por exemplo, é diferenciado. A gente buscou estudar o que tá em atualidade no mercado, pra não ser só mais uma banda, nos preocupamos muito. O disco mistura o que tá no momento: o reggaeton, o funk, na batida da Vingadora. Tá muito bacana.
Vocês continuam investindo na arrochadeira, a identidade da banda é essa. Pretendem seguir assim, ou vão misturar com outros estilos?
Arrocha, pagode… a gente gosta de mesclar, porque a música permite essa autonomia, essa licença poética. A Vingadora tem que ser diferente. O barato do mercado é esse: você entrar na onda, aí vai embora.
A nova música de trabalho é “Ei, Tio”? Como foi a seleção do repertório?
Tem outras músicas, a gente vai deixar a galera escolher. No outro EP a gente acreditava em “A Minha Mae Deixa”, aí do nada “Paredão Metralhadora” virou. Vamos lançar e ver qual vai ser a próxima de trabalho, acompanhamos pelas redes sociais o desempenho. Eu aposto em “Bumbum no Solo”, porque eu gosto de dançar.
Você faz as composições com seu empresário Aldo Rebouças. Como tem sido isso? As músicas surgem com um tema ou de uma maneira mais natural?
É uma parceria em compor. A composição pra gente é algo aleatório, acontece do nada. Eu tô aqui sentada e vejo aquele quadro ali, e falo: “Vai dar uma música”. “Ei, Tio” foi assim… Eu tava no quarto do hotel e tinha um teclado que o tecladista deixou. Eu na ousadia liguei e fiquei nas três teclas finais fazendo um solo. Aí Aldo chegou e pediu pra eu repetir… Depois eu fui e falei “Ei, Tio”. Todas são assim, do nada.
Quais suas referências musicais?
Eu tenho várias. Ivete é a principal, exemplo para qualquer cantor. Também gosto muito de Joelma, acho massa a performance dela no palco. Acho muito profissional a forma como ela trabalha, a seriedade. Se todo mundo levar isso pra si… Ela apresenta um espetáculo. Quando eu tô de bota me sinto Joelma e dou umas jogadas de cabelo, fico tentando, um dia chego lá [risos].
Vocês tem um publico infantil forte. Há uma preocupação na hora de selecionar o repertório?
Nos shows a gente canta música de adulto, mas acho que as crianças curtem por que o som do violino é um som infantil. As crianças gostam disso, isso chama atenção. Meu jeito também meio muleca, tem criança que se apaixona. Eu fico muito feliz. A criança diz tudo… Se está gostando é por que está bom. Mas a gente tem essa preocupação de quando tiver criança em um show, não tocar os funks pesados por exemplo. Outra questão é que eu acho bacana porque lembram de mim em show que tem criança, como no do ano passado do Nacci, o Gaac também me chamou pra ser madrinha deles esse ano. Tem uma menininha que fez 32 cirurgias no cérebro e ela na maior tranquilidade… Me serviu de exemplo! Às vezes a gente leva um tombo e fica reclamando, e ela foi um exemplo pra mim. Eu amo criança e fico emocionada quando elas dizem que querem ser cantoras igual a mim.
Vai ter gravação de DVD em breve?
Na quarta-feira (10) participamos da gravação do DVD “Baile do Poderoso”. Foi uma honra fazer parte desse evento com muitos MCs famosos, como Livinho, Kevinho e G15. Esse DVD terá os melhores hits de 2017. E também vamos gravar o nosso. Estamos estudando algo bem a cara da Vingadora, pois queremos resumir tudo que tocamos, que deu certo. Vai ser um DVD tipo show.
O que mudou em você nesses últimos dois anos e meio, ao deixar o curso de jornalismo e investir na música baiana?
Deixei o curso de Jornalismo e foi um risco, não imaginava estar onde eu estou hoje. A gente arrisca, mas não sabe o que vai acontecer. A gente fica vendo as vitórias de outros cantores na TV. Que foi pobre, que enricou… A gente acha que isso não vai acontecer com a gente. Eu não voltaria atrás de nada, não me arrependo, estou muito feliz. No início tem a incerteza, porque estudo se tem pro resto da vida e a música é incerta. Mas vem pai, mãe e irmã incentivando e empresário que acredita em você… Assessor, produtor, todo mundo maravilhoso. Isso incentiva. Espero que nossa carreira seja eterna até quando Deus levar.
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