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- 10/05/2018
- redacao
Levi Vasconcelos
Das entrelinhas da semiótica sai a máxima: ponto de vista é a vista de um ponto, a Baía de Todos-os-Santos vista do Elevador Lacerda é uma coisa, da Ilha de Itaparica é outra, e da Ilha dos Frades é outra, e é a mesma baía.
Vamos dar um remake com o caso do deputado Lúcio Vieira Lima (MDB) de três pontos de vista, o da sociedade, o jurídico e o dele.
1 – O da sociedade: R$ 51 milhões em malas e caixas num apartamento é algo tão espetaculoso no mar da corrupção que tem de ser apurado, julgado e punido.
2 – O jurídico: quase sempre noutros casos da Lava Jato a polícia corre atrás de provas a partir da deleção ou documentos. No caso de Geddel e Lúcio, é o inverso, a polícia achou uma fortuna e busca provar como ela chegou lá ao apartamento. Algo inédito, não só pelo volume de dinheiro, também pela forma.
3 – O dele: após a pancada das malas, Lúcio se retraiu, mas aos poucos foi repegando o dia a dia e nas articulações políticas que produziu ninguém duvidava que atingiria o seu objetivo, o de reeleger-se e garantir, por tabela, o fórum privilegiado a fim de evitar ou retardar a estada na Papuda.
Veio a decisão do STF que o transformou em réu (junto com o irmão, Geddel, e a mãe, Marluce) e a pancada bateu forte. O que se diz: complica a situação dele no Conselho de Ética e causa novo estrago político. Os amigos dizem que é difícil para eles e para Lúcio resistir, até porque agora está vulnerável a novas pancadas.
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