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- 22/08/2018
- redacao
Segundo o saudoso jornalista David Nasser, a ingratidão é a doença da memória e, neste particular, o brasileiro é um doente. Por essa razão, causa pesar narrar aos marauenses a trajetória do antigo Grupo Escolar Juracy Magalhães desta cidade de Maraú, inaugurado em 21 de setembro de 1934. Hoje com os principais formadores de idéia que são a televisão e a internet, os jovens não encontram tempo para rever o passado, embora devessem debruçar-se sobre esse fato, a fim de passar a limpo o histórico do citado Grupo Escolar e evitar repetição de erros no futuro.
Em visita ao referido Grupo Escolar, senti um choque. Já não havia mais o quadro do Mestre na parede, e a própria ausência dos móveis da minha adolescência fazia aquele espaço inteiramente diferente do que sempre conheci, e conservava na memória. Mas nada disse. Procurando ignorar as modificações, refiz, uma a uma, cada minúcia daquela escola tão amada, era como se estivesse presenciando um atentado à memória da minha juventude, à memória dos meus professores.
O que me deixou perplexa foram as construções erguidas numa pequena área, na parte do fundo, que segue até a beira de um barranco de onde se descortina o cemitério local. Jamais imaginei que uma escola com um potencial de ensino desde o meado da década de 30 fosse desativada, e a parte interna do prédio estivesse totalmente desfigurada, para ser inserido o Centro Territorial de Educação Profissional do Litoral Sul (CETEP), para ensino de estudantes da sede e de localidades vizinhas, restando apenas a fachada sem as nuanças do passado. Hoje com pintura exótica.
Em resumo: Causou-me estranheza o critério escolhido entre o prefeito da época de não haver doado à Secretaria Estadual de Educação vasta área, com vista panorâmica, no início da cidade, para execução daquela obra!
Como se vê, a consciência humana começa a desintegrar-se.
Bárbara Lemos Freire/Ex-aluna
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