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- 11/12/2014
- redacao
Jornalistas, apresentadores e repórteres do Rio Grande do Norte trabalharam de roupas pretas nas redações e nos programas de TV nesta quarta-feira (10) em protesto contra o piso salarial para profissionais de imprensa do Estado, o mais baixo do Brasil. Ontem, eles anunciaram estado de paralisação, com protestos a qualquer momento e possibilidade de greve se não houver reajuste. “Fizemos um dia de luto em revolta para marcar a paralisação. A insatisfação é geral. Vamos fazer manifestações-surpresa para incomodar os patrões”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte, Breno Perruci. “Se eles nos receberem com retaliação e não atenderem às nossas reivindicações, podemos fazer greve”, completou. Profissionais de todos os veículos de comunicação apoiaram a causa. Na InterTV Cabugi, afiliada da Globo, os apresentadores Matheus Magalhães e Lidia Pace ancoraram o RN TV vestindo preto, e os produtores e editores trabalharam com roupas escuras. O protesto também atingiu a TV Ponta Negra (SBT), TV Tropical (Record) e Band Natal, além dos jornais, portais e rádios do Estado.
Cerca de 1.200 jornalistas trabalham no Rio Grande do Norte e têm o pior piso salarial do Brasil: R$ 1.225,80. Os profissionais defendem quase o dobro de aumento, para três salários mínimos (R$ 2.172,00), e benefícios como vale-alimentação, auxílio-creche, licença-maternidade de seis meses e vale-cultura. As empresas de comunicação, entretanto, ofereceram 6% de aumento e revoltaram os trabalhadores. Em assembleia realizada nesta quarta, os profissionais recusaram a proposta, anunciaram estado de paralisação e decidiram usar roupas pretas. Diferentemente do estado de greve, quando há interrupção total dos trabalhos, o de paralisação prevê protestos a qualquer hora. Desde setembro, jornalistas e empresas brigam pelos salários. Como não houve negociação, eles entraram em dissídio coletivo. A partir desta quinta (11), o caso sairá da Superintendência Regional do Trabalho para a Justiça do Trabalho do Rio Grande do Norte, que definirá se haverá ou não reajuste salarial aos trabalhadores. (Daniel Castro)
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