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- 16/05/2016
- redacao
Nós queremos falar, mas nem sempre estamos dispostos a ouvir.
Nós queremos nossos direitos, mas não nos importamos muito com os nossos deveres.
Queremos ser vistos, mas não queremos ver.
Nós queremos que nos compreendam, mas nem sempre estamos abertos para compreender.
Nós reclamamos das inconstâncias climáticas, mas continuamos contaminando o ambiente em que vivemos.
Nós atiramos pedras, mesmo tendo telhado de vidro.
Nós queremos arrumar a bagunça em Brasília, mas não temos a mesma disposição para arrumar o nosso quarto.
Nós preferimos culpar a Deus ou ao governo pela fome do mundo, a termos que nos mobilizar para ajudar alguém necessitado.
Transferimos a culpa, pois é mais fácil do que reconhecer que somos frágeis e imperfeitos.
Nós reclamamos do político corrupto, mas não devolvemos o troco quando vem dinheiro a mais.
Rezamos para sermos abençoados, mas não suportamos quando a benção do outro é maior.
Só conseguimos compreender alguém, apenas quando passamos pelo seu mesmo caminho.
Queremos ser aceitos, mas não queremos aceitar.
Criticamos os outros, mas ainda não aprendemos a receber críticas.
Nossa indignação é seletiva e somos abastecidos pelos elogios que alimentam o ego e pela vaidade que alimenta a arrogância.
Nosso conhecimento deve ser útil para tornar alguém melhor, não para expor a nossa superioridade.
Espantamo-nos com as hipocrisias alheias, mas ainda não diminuímos o abismo entre o que queremos ser e o que de fato somos.
*Luíse Beatriz é radialista e pós-graduanda em Gestão Cultural, pela U
muito boa, simplesmente realidade.
parabens