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- 02/07/2016
- redacao
O Brasil sempre teve fama de ser um país acolhedor e que faz de tudo para agradar os seus visitantes. Talvez por isso o país adora sediar eventos que na prática lhe prejudicarão mais do que ajudarão. Explico.
Tal qual fora com a Copa do Mundo de 2014, no próximo mês de Agosto, o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas, ou (como prefiro) “OlimPIADAS”.
Existe um ditado bíblico que sempre ensinou: “errar é humano mas persistir no erro é burrice”, todavia os governantes e responsáveis pela organização das Olimpíadas desconhecem tal ensinamento.
Como se não bastasse uma copa do mundo extremamente cara, improdutiva e sem qualquer legado esportivo ou social, agora o Brasil vai sediar um evento tão caro quanto o torneio de futebol, mesmo notando que a Copa do Mundo foi um fiasco.
Basta uma simples pesquisa para perceber que o interesse em realizar o evento no país sempre teve como objetivo maior o superfaturamento da construção dos estádios.
Resultado: tivemos um evento que nos custou muito caro e sem qualquer legado para a população.
Aliás, não é sempre que a seleção brasileira perde de 7 a 1. Belo legado
Com a proximidade das olimpíadas, notícias vão ganhando destaque, e ao que consta, em 2014, Oslo, capital da Noruega, foi a quarta cidade a desistir da disputa para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. O motivo: o alto custo.
Para o economista Andrew Zimbalist, considerado uma das maiores autoridades mundiais em grandes eventos esportivos: “as cidades-sede endividam-se durante a preparação e depois passam dez, 20 ou 30 anos pagando a conta”.
O mais incrível é ver que países desenvolvidos fizeram as contas e entenderam que a Olimpíada não compensa. Mas o que ocorre com a mente do governante brasileiro?
Nesta perspectiva, vale recordar o que disse o Ex presidente Lula em conversa interceptada com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, em que Lula afirma que, apesar dos problemas, Paes foi abençoado por ser prefeito da sede dos Jogos Olímpicos.
Como se nota, a idéia do governante, seja PT, PSDB ou qualquer outro, é tentar gravar o nome na história como o que esteve no poder durante o evento, mesmo se este evento causar um duro impacto nas finanças do país.
Pior do que causar um prejuízo enorme ao Rio de Janeiro e consequentemente ao Brasil, considero a fatídica passagem da tocha por todo o país, um dos episódios mais constrangedores desta olimpíada.
Dediquei algum tempo a observar quem seriam as pessoas que teriam a honra de carregar a tocha pelos locais onde a mesma passaria. E para minha surpresa, atletas foram a exceção dos agraciados com tal honraria.
Como se não bastasse notar que cantores e jornalistas seriam mais protagonistas que os atletas. Com a passagem da tocha pelas cidades, todo um esquema teria que ser montado, ou seja, além de tudo atrapalhou o vai e vem das pessoas “normais”.
Na capital baiana, um dos responsáveis por carregar a tocha foi o cantor Thiaguinho, que como todo mundo sabe, tem grandes feitos pelo esporte nacional. Um destes feitos é ser amigo pessoal do craque Neymar.
Em Manaus, onças foram acorrentadas para se apresentarem durante a passagem da tocha e uma delas teria escapado da jaula após o encerramento, sendo abatida por um militar.
Em resumo, as olimpíadas no Brasil (como quase tudo por aqui) começou errada e tem grande chance de terminar pior ainda. Não havia caminho diferente, afinal a organização do evento não respeitou os custos, o cidadão brasileiro e o protagonista maior: os atletas.
Se depois destes singelos fatos o cidadão ainda achar que sediar a Olimpíada é uma prioridade, trago a singela metáfora: Imaginem um grande Bolo, no entanto sua massa foi feita com péssimos ingredientes e tem um gosto intragável. Mas ao finalizar o bolo, resolve-se fazer uma cobertura com a melhor marca de chantilly e com frutas frescas, ou seja, aparentemente o bolo está suculento, mas sua essência está totalmente estragada.
Este é Brasil, um país que não oferece o básico para sua população, mas se preocupa em sediar eventos como a copa do mundo e olimpíada e vender a imagem de que aqui vive-se bem.
Para os conhecedores do futebol, o Brasil vai ser sempre o país do “7 a 1”, e para os entendedores das olimpíadas, seremos sempre o país das “olimPIADAS” de péssimo gosto.
(*) – Valdemir Liger Neto, Advogado, Pós Graduando em Direito Civil pela Faculdade Baiana de Direito.
A COISA É TÃO FALSA, QUE ATÉ UM FALSO PARATLETA CARREGANDO A TOCHA, CAIU DA CADEIRA E, DESCUIDADO, LEVANTOU-SE E RETORNOU À CADEIRA…..PODE ATÉ TER ACONTECIDO UM MILÁGRE, JÁ QUE NESSE PAÍS TUDO PODE ACONTECER…..PODERIA SER UM ATO DE GRANDE IMPACTO NACIONALISTA SE TODOS OS ATLÉTAS BRASILEIROS SE RECUSASSEM DE PARTICIPAR DESSA FARÇA NACIONAL…