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- 17/09/2014
- redacao
Às vésperas de o relator do processo de Conselho de Ética na Câmara Federal, Marcos Rogério (PDT-RO), definir o destino do deputado federal Luiz Argolo (SD), ele mantém maratona normal de campanha no interior do Estado. Se havia uma previsão de o parlamentar arregimentar 150 mil votos, com muita reza de correligionários e amigos, ele pode chegar a 70 mil. E deve comemorar por isso.
Segundo amigo e ‘porta-voz’ do deputado, Ary Carlos Nascimento, as denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, acusado de liderar quadrilha que desviou R$ 10 bilhões da Petrobras e do Ministério da Saúde, podem implodir o sonho do ex-pepista. “Está muito difícil pra gente. E o que nos deixa mais chateados é que nada vai ser comprovado porque não houve nenhuma ilegalidade”, defendeu em conversa com o Bocão News. A previsão é de que o parecer seja apresentado no dia 1º de outubro. Caso indique a cassação do mandato do parlamentar baiano e o plenário acolha, ele poderá ficar oito anos inelegível.
Segundo Ary Carlos, Argôlo e Youssef se conheceram em Brasília no final de 2011, em uma festa promovida pelo partido para recepcionar os novos parlamentares. Youssef teria sido apresentado a Argôlo como empresário e investidor com ‘interesses’ na Bahia. “O irmão do deputado Luiz Argôlo (Manoelito Jr.) precisou vender um terreno em Camaçari e Argolo viu nele um possível comprador. Com o tempo eles fecharam negócio”, disse em conversa com o Bocão News. A venda teria sido fechada em R$ 375 mil.
Um dado curioso é relatado por Ary Carlos. “No dia da festa promovida pelo PP, Mário Negromonte [atual conselheiro do TCM] apresentou Argôlo a Youssef. Ao cumprimentar o parlamentar que tinha acabado de ser eleito, Youssef virou para Negromonte e disse: esse é o seu filho para quem eu doei na campanha? Argolo sorriu e disse que estava havendo um mal entendido, porque ele não era o filho de Mário Negromonte”, narrou Ary Carlos, que completou. “É só olhar a prestação de conta de Argôlo. Ele é ‘paitrocinado'”, diz referindo-se as doações feitas pelo pai do deputado, o ex-prefeito de Entre Rios, Manoelito Argôlo.
INVESTIGAÇÃO – A Polícia Federal interceptou durante seis meses conversa entre Argolo e Youssef. As mensagens vão desde supostas declarações de amor à cobrança de pagamento. Sobre um helicóptero que Youssef teria dado a Argôlo, Ary Carlos desmente. “O helicóptero é de Argolo. O que houve foi que eles dividiram os custos. Acabou que Argolo pagou R$ 400 mil e logo em seguida Youssef foi preso. Argolo ficou no prejuízo porque o equipamento está apreendido”, relatou.
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