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- 02/12/2020
- redacao
O Reino Unido aprovou a vacina contra a Covid-19 das farmacêuticas Pfizer e Biontech, e prevê iniciar a vacinação na semana que vem. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (2) pelo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, que classificou a notícia como fantástica. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que a aprovação da vacina contra o coronavírus da parceria Pfizer e BioNTech vai resgatar vidas e a economia do país. “É a proteção das vacinas que vai finalmente nos trazer de volta às nossas vidas e fazer a economia andar novamente”, escreveu em uma rede social. No Brasil, o plano de imunização elaborado pelo Ministério da Saúde não prevê o uso de imunizantes que exijam baixíssimas temperaturas de armazenamento, como é o caso da vacina da Pfizer, que precisa ser transportada a -70ºC. Na terça-feira (1º), o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros, disse que o governo brasileiro deseja um imunizante que possa ficar armazenado em temperaturas de 2ºC a 8ºC, pois essa é a temperatura da estrutura usada no sistema de vacinação brasileiro. As farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram no início de novembro que sua candidata a vacina contra Covid-19, a BNT162b2, que está sendo testada no Brasil, é mais de 90% eficaz na prevenção à doença, segundo dados iniciais do estudo da fase 3. Os dados ainda não foram publicados em revista científica. Os resultados mostraram que a eficácia alcançada foi de 95% na prevenção à doença, e não houve efeitos colaterais graves. Os dados ainda não foram publicados em revista científica. O Brasil ainda não fez acordo para adquirir a vacina, mas nesta semana o governo brasileiro recebeu executivos da Pfizer para, segundo o Ministério da Saúde, “conhecer os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório”. De acordo com um comunicado da Pfizer, os estudos da vacina analisaram 170 casos confirmados do novo coronavírus. Os testes também envolveram pessoas com mais de 65 anos e, a partir desta faixa etária, a vacina se mostrou mais de 94% eficaz. A taxa de eficácia representa a proporção de redução de casos entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa dizer que a pessoa tem 95% menos chance de pegar a doença se for vacinada do que se não for. A farmacêutica destacou que todos os dados de segurança exigidos pela agência americana de saúde, a Food and Drug Administration (FDA), para a autorização de uso emergencial foram alcançados. Com isso, a Pfizer informou que pretende entrar com o pedido de uso emergencial da sua vacina “em poucos dias”, sem dar uma data específica. A empresa informou ainda que pretende produzir globalmente até 50 milhões de doses de vacina em 2020 e 1,3 bilhão de doses até o final de 2021. Em julho, os Estados Unidos fecharam acordo com os laboratório para comprar 100 milhões de doses ainda este ano pelo valor de US$ 1,95 bilhão. No último dia 9, o diretor da BioNTech, Ugur Sahin, disse esperar que a imunidade gerada pela vacina dure pelo menos um ano. “Devemos ser mais otimistas de que o efeito da imunização pode durar pelo menos um ano,” disse. “É uma excelente notícia. 90% é um número extraordinário. Outras vacinas que nós usamos hoje estão na faixa dos 60, 70%”, avaliou o médico Edson Moreira, que coordena os estudos da vacina no Brasil. “A questão é a duração [da proteção] e a eventual necessidade de um reforço ou não, mas são coisas distintas”, completou Moreira. A Pfizer e a BioNTech também disseram que, até agora, não encontraram nenhuma preocupação séria de segurança e esperam obter autorização de uso emergencial nos EUA ainda neste mês. A FDA, agência regulatória dos Estados Unidos, já anunciou que qualquer vacina deve comprovar 50% de eficácia antes de ser liberada. Além disso, as empresas testando as vacinas devem rastrear metade de seus participantes para efeitos colaterais por pelo menos dois meses – o período de tempo em que problemas costumam aparecer. A Pfizer espera atingir essa marca no final deste mês. Segundo a farmacêutica, não houve casos graves de Covid-19 entre os participantes até agora. A agência regulatória americana também exige que as vacinas candidatas no país sejam estudadas em pelo menos 30 mil pessoas. Os estudos devem incluir, além de adultos mais velhos, outros grupos de risco, como minorias e pessoas com problemas crônicos de saúde.(G1)
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