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- 02/08/2021
- redacao
Advogado afirma que policiais teriam tentado quebrar a identidade funcional de advogado, quando ele se identificou. Já a polícia diz agentes foram desacatados.
Um advogado negro foi agredido com um tapa no rosto durante uma abordagem da Polícia Militar dentro de uma balsa, na cidade de Madre de Deus, na região metropolitana de Salvador. Segundo informações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), o caso ocorreu no sábado (31), em uma ação que buscava identificar passageiros que não queriam pagar a tarifa da embarcação.
Conforme a OAB-BA, a vítima da agressão é o advogado Leandro Oliveira, integrante do Coletivo de Entidades Negras (CEN). Ele estava no exercício da profissão e atuava de forma voluntária no vilarejo de Paramana, na Ilha dos Frades, advogando para pessoas carentes na região.
A Polícia Militar informou que uma equipe da 10ª CIPM foi acionada por funcionários da empresa responsável pelo transporte depois que dois homens teriam se negado a pagar a taxa de embarque, além de ameaçar uma funcionária.
Ainda segundo a PM, os policiais iniciaram a abordagem a algumas pessoas; uma delas se negou a ser abordada, passando a resistir e a desacatá-los. O homem foi então foi conduzido à delegacia, para registro da ocorrência.
De acordo com a OAB-BA, a abordagem ocorreu de maneira violenta. O advogado se identificou com a carteira profissional e foi agredido em seguida, com um tapa no rosto, tendo ficado ferimentos na boca. A Ordem afirmou que ele teve a carteira confiscada pelos policiais, que detiveram Leandro e o conduziram à delegacia da cidade de Candeias.
O advogado Leandro Oliveira classificou o ato como “racismo institucional” e disse estar indignado com a situação. Segundo ele, os policiais danificaram não só a identidade funcional dele, mas desrespeitaram toda a classe de advogados, negros ou não.
“Esse racismo institucional tem que acabar. O advogado negro é o tempo todo massacrado na cidade de Salvador e na Bahia. A instituição da Polícia Militar é uma instituição de bem. Mas precisamos banir profissionais que acham que a força, a agressividade e a lesão ao corpo do individuo são necessários”, declarou.
Em nota, a OAB-BA disse que solicitou uma reunião com a delegada geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito, para tratar de situações deste tipo, que, segundo a OAB-BA, vem se repetindo tanto com a Polícia Civil, quanto com a Polícia Militar. Além disso, a Ordem pede afastamento dos agentes envolvidos.
“A OAB da Bahia exige providências imediatas do Governo da Bahia, da Secretaria de Segurança Pública e da Corregedoria da Polícia Militar quanto ao afastamento dos policiais agressores e abertura de procedimento investigatório contra todos os agentes estatais envolvidos, para que sejam prontamente identificados e processados por crime de abuso de autoridade (Lei N° 13.869/2019), e outras sanções administrativas e criminais cabíveis”. (Fonte-G1)
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