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- 31/10/2021
- redacao
Mais comum entre os homens, o câncer de próstata representa 29% dos diagnósticos da doença entre os brasileiros. Para este ano, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 65.840 novos casos, com um risco estimado de 62,95/100 mil habitantes. Segundo especialistas, diante das estimativas, o diagnóstico precoce continua sendo o foco da campanha internacional Novembro Azul porque eleva para mais de 90% as chances de cura.
Quando comparado com o cenário nacional, a Bahia aparece em quarto lugar entre os estados com maior número de casos de câncer de próstata em 2021, com 6.130 ocorrências, com 1.090 em Salvador. São Paulo (13.650), Rio de Janeiro (6.440) e Minas Gerais (6.420) lideram o ranking.
O indicado é que a rotina de exames deve ser iniciada entre 45 e 50 anos de idade, se o paciente não apresentar histórico familiar. “No entanto, a recomendação de exames de rastreamento muda para a população afrodescendente, devendo ser iniciada aos 40 anos. A orientação é sustentada por estudos que revelam mais chances de esses homens terem o câncer precocemente e desenvolverem a forma mais grave”, explica o oncologista Augusto Mota, coordenador do Serviço de Urologia Oncológica da Clínica AMO.
O câncer de próstata ocupa a primeira posição em todas as regiões do país, com o mais alto risco estimado no Nordeste, com 72,35/100 mil; 65,29/100 mil no Centro-Oeste; 63,94/100 mil no Sudeste; 62,00/100 mil no Sul; e 29,39/100 mil no Norte, também segundo o Inca.
Os especilistas afirmam que o principal fator de risco é a idade. Em cerca de 75% dos casos, a doença surge a partir dos 65 anos. Entre outros agravantes estão fatores genéticos hereditários, tabagismo, excesso de gordura corporal e exposições substâncias comuns na indústria química, mecânica e de transformação de alumínio (como as aminas aromáticas), arsênio (usado como conservante de madeira e agrotóxico) e derivados de petróleo.
“É importante lembrar que o programa de rastreamento se aplica a todos os indivíduos que estejam em uma faixa de idade de risco para desenvolver o câncer de próstata, mesmo sem sintoma, já que, na maioria dos casos diagnosticados precocemente, a doença quase nunca apresenta sintomas”, completa o médico.
O diagnóstico pode ser feito por exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. O toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) são os mais usados para identificar o tumor maligno da próstata e ainda precisam ser feitos com regularidade.
“Mais recentemente foi incorporada a ressonância magnética multiparamétrica da próstata, mas esse exame só deve ser solicitado por um urologista depois de ter examinado o paciente”, pontua o oncologista, acrescentando que a confirmação do câncer se dá através da biópsia.
Localizada na pelve, logo abaixo da bexiga e na frente do reto (última porção do intestino grosso), a próstata é uma glândula exclusiva dos homens. É um órgão pequeno, tem a forma de uma maçã pequena e, quando normal, pesa usualmente cerca de 30 gramas. A próstata envolve a porção inicial da uretra e produz parte do sêmen.
“Alguns dos tumores da próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, podendo levar à morte. A maioria, no entanto, evolui de forma lenta e silenciosa e muitos pacientes não apresentam sintomas”, observa Augusto Mota. Quando manifestam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, sangue na urina ou no sêmen).
Segundo os médicos, na fase avançada da doença os sintomas dependem de qual órgão tenha sido acometido, sendo o mais frequente a dor óssea, já que os ossos são a região mais comum para as metástases desse tipo de câncer.
Novembro Azul
Com o mote “Tem próstata? Faça o exame”, a campanha Novembro Azul da Clínica AMO tem como objetivo chamar a atenção para o preconceito e a vergonha de falar sobre o assunto. As mensagens alertam para a importância da detecção precoce e chamam a atenção também para a adoção de hábitos saudáveis, com atividades físicas, equilíbrio pessoal, saúde mental e alimentação balanceada, além da rotina de consultas e exames com o urologista.
O movimento Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata – 17 de novembro.
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