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- 05/12/2021
- redacao
A nossa Uesc completa hoje 30 anos de estadualização. Ela é a prova cabal de que, quando unida em prol do coletivo, uma sociedade pode mudar seu destino. O marco das três décadas da universidade sul-baiana inevitavelmente traz à luz toda a luta travada pela comunidade regional para que ela fosse, enfim, tornada pública, gratuita, acessível a todos que tivessem o sonho do ensino superior, o que, para orgulho da nossa história, foi concretizado naquele 5 de dezembro de 1991: a Fespi – Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna tornava-se, enfim, a Universidade Estadual de Santa Cruz.
A persistência dos alunos, professores, servidores, setores econômicos, poderes públicos, da imprensa e uma gama de outros segmentos, que começou na segunda metade da década de 1980, conquistou a democratização do ensino superior num contexto no qual não mais cabia aquela escola particular, que era mantida por um “tripé” econômico formado por Ceplac, governo do estado e mensalidades pagas pelos alunos, sendo que estas se tornaram exorbitantes em função da crise que cercava a nossa região.
Esse cenário, agravado por uma paralisação geral na Fespi, já sinalizava a necessidade de torná-la pública, como descrito no documentário A Contrapartida, que produzi para contar um pouco dos bastidores dessa história. O documentário está disponível no Youtube e traz entrevistas, vários recortes da época e algumas revelações.
Nesses 30 anos de Uesc, é imperativo aplaudir a sociedade responsável por essa vitória e reverenciar cada indivíduo engajado nessa luta. Essas centenas de pessoas jogaram para escanteio diferenças históricas, disputas partidárias e mostraram a força que aquela união traduzia. Apesar de o governador e a atmosfera política nacional à época dificultarem até o último minuto, todas essas pessoas da nossa comunidade conseguiram fazer a pressão necessária. Portanto, deixo aqui a minha reverência a quem se empenhou e se empenha pela valorização da nossa Uesc, que ano após ano colhe a honra de estar em destaque em alguns dos principais rankings universitários internacionais. A luta valeu a pena.
(*) -Mariana Ferreira é comunicóloga e autora do documentário A Contrapartida.
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