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- 22/06/2022
- redacao
O tiro do governo para amenizar a revolta dos caminhoneiros com os abusivos aumentos no diesel saiu pela culatra. O último reajuste foi de 14,2%.
Aquele bolsonarismo que tomava conta dessa importante e imprescindível classe de trabalhadores vai se diluindo. Os que continuam bolsonaristas estão com vergonha de dizer que vão votar na reeleição do chefe do Palácio do Planalto.
O bicho pegou, como diz a sabedoria popular. Veja dois desabafos de Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), sobre o paliativo eleitoral do chamado “auxílio caminhoneiro”.
1) “A decisão do governo de pagar um auxílio de R$ 400 por mês para os caminhoneiros, como forma de enfrentar a alta do diesel, é uma afronta à categoria, que não quer receber esmola, e sim uma solução estrutural”. 2) “Isso é uma grande piada. O caminhoneiro não precisa de esmola, precisa de dignidade para poder trabalhar. O governo tem que parar de dar chilique e tomar atitude de verdade, encarar o problema com seriedade”.
Landim diz que a “esmola” de R$ 400 dá para andar 90 km em um mês, que o auxílio corresponde a 45 litros de diesel. E, didaticamente, explica : “Um caminhão faz entre 1,8 km e 2,2 km por litro. Isso quer dizer que R$ 400 dá para andar 90 km em um mês, quando o trabalho envolve longas distâncias”. Finaliza dizendo que “é inacreditável o que esse governo está fazendo”.
O tiro terminou saindo pela culatra. Bolsonaro vai presenciando uma perda de apoio em um segmento que sustenta seu segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto. A paciência dos caminhoneiros com a maior autoridade da República já passou do limite.
Para complicar ainda mais o projeto da reeleição, a perda de força do presidente entre os evangélicos já é uma realidade. Somente o segmento do agronegócio continua firme com o segundo mandato, com a permanência de Bolsonaro por mais quatro anos como morador mais ilustre do Alvorada.
A única esperança do bolsonarismo é que o antipetismo continue encrustado no eleitorado. O problema é que uma parcela significativa de quem não quer o PT de volta ao poder caminha em direção a Ciro Gomes, presidenciável do PDT, que tende a crescer com o início dos debates.
E aqui presto minha solidariedade aos caminhoneiros, essa classe de trabalhadores de uma importância e imprescindibilidade inquestionáveis para o Brasil. Os bravos caminhoneiros merecem respeito.
(*)-Marco Wense
(QUARTA, 22 DE JUNHO DE 2022.)
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