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- 17/08/2015
- redacao
por Samuel Celestino
As manifestações populares, ordeiras e em verde-amarelo, que se espraiaram por 24 estados e mais o Distrito Federal, sacudiram a República e determinaram, muito provavelmente, o fim de um ciclo político que arrastou o PT, de partido relativamente novo, fundado no início dos anos 80, para as sombras. Sua estrela perdeu o brilho, o que de certo modo já se esperava. Enquanto o governo de Dillma, com a repetição da letra “L” em duas cores, a lembrar a marca de Collor, centrava-se na preocupação de as manifestações serem maior ou menor do que as ocorridas em 15 de março, o que ficou foi exatamente o desprezo pelos partidos que afundaram o país em crises econômica, política e na corrupção depravada. A carga se deu justo sobre o PT, cujo ciclo visivelmente está chegando ao fim, levando com ele além da presidente que se elegeu pela mentira, também o líder da legenda, Lula, que se transformou num mero boneco inflável flutuando no ar em par com Rousseff nas ruas das capitais. A crise não está mais em número de manifestantes, mas na resposta da população. Se em março não sabia contra o que se manifestava, este domingo demonstrou uma maturidade raramente vista, ou jamais vista no país. Lula perdeu o seu símbolo de líder santificado, enquanto Rousseff passou a não ter qualquer significado. Ela já não sabe o que faz nem o que diz. Mas não foi só em relação ao PT. O Brasil provavelmente está a fechar um ciclo marcado pela corrupção entranhada nos partidos políticos e pediu nas ruas uma mudança do tamanho do seu território continental. Não eram os partidos que se manifestavam, mas a verdade caduca que o Brasil de hoje expõe. O povo está ciente da derrocada. Estamos mergulhados no imprevisível. Aliançados estavam todos: Dillma, Lula, Renan Calheiros, PT, PMDB, PP, PSDB, PDT, PP, PTB, enfim os partidos políticos de maneira geral, a maioria dos quais cevados pela corrupção desmedida, mergulhados num Congresso cambaleante que não representa o povo, mas sim os interesses dos seus integrantes. O domingo reverberou na grande imprensa mundial, no alto das primeiras páginas, mostrando o verde-amarelo, a recusa dos brasileiros a Dillma. Aqui, no entanto, um nome marcou pela retidão que o país espera: o juiz Sérgio Moro que se transformou num ícone de tudo o que não se quer, de tudo o que se repudia.
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