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- 04/09/2015
- redacao
O evento-teste da canoagem velocidade para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começou, nesta sexta-feira (4), com um protesto dos principais atletas brasileiros. Isaquias Queiroz, Erlon de Souza Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira resolveram não competir na Lagoa Rodrigo de Freitas. Campeão mundial, Isaquias foi o porta-voz dos companheiros e explicou que não recebem salários da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) há oito meses
A verba da entidade é obtida via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas, segundo Isaquias, não está sendo repassada aos atletas. “Não paramos de treinar, continuamos trabalhando, mesmo sem receber da confederação desde fevereiro”, declarou o principal atleta brasileiro da modalidade, em entrevista ao canal SporTV.
O grupo reclamou também das más condições das instalações usadas no Rio. Os atletas estão nos alojamentos da Escola de Educação Física do Exército, na Urca, e são acordados todos os dias às 5h pelo apito de despertar do local. “Queria saber em qual hotel o presidente [da confederação] está dormindo?”, disparou Isaquias, referindo-se a João Tomasini Schwertner.
O evento-teste, que termina no domingo, serve para avaliar a estrutura da Lagoa Rodrigo de Freitas para os Jogos Olímpicos de 2016. Serão testados, por exemplo, o sistema de GPS para divulgação dos resultados, cronometragem, instalações (mesmo sem a arquibancada flutuante prevista para a competição do ano quem vem), controle antidoping e organização. A qualidade da água, que já gerou questionamentos por ocasião do evento-teste de remo, também volta aos holofotes.
Confederação rebate crítica
O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini Schwertner, questionou as críticas dos atletas que boicotaram o evento-teste da canoagem velocidade para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O dirigente convocou uma entrevista coletiva para dizer que os atletas não estão “desassistidos” e dar sua versão sobre o imbróglio que atrasou os repasse do patrocinador diretamente aos canoístas.
“Eles (atletas) não estão desassistidos. Ganham R$ 88 mil por mês (para toda a equipe), não é coisa de desassistido. O BNDES paga por projetos desde que começou a nos patrocinar, em 2012”, afirmou João Tomasini Schwertner, referindo-se ao projeto Lagoa Santa, através do qual os atletas são patrocinados.
O presidente da CBCa alega que um problema burocrático atrasou o repasse. “O projeto Lagoa Santa (CT dos atletas da canoagem) precisou de um documento ambiental que demorou 105 dias para chegar e, por isso, o pagamento não foi feito. Intercedemos em novembro e procuramos o COB (Comitê Olímpico do Brasil) para que os atletas não ficassem desassistidos”, afirmou.
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