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- 02/03/2016
- redacao
Foi divulgado ontem estudo que indica ligações entre o vírus zika e a Síndrome de Guillain-Barré (GBS). No entanto, o maior patologista neuromuscular brasileiro e um dos principais especialistas em GBS do país, Beny Schmidt, explica que ainda é muito precipitado afirmar que estas ligações realmente existem:
“O neurotropismo do vírus zika ainda não está definido cientificamente, como, por exemplo, o vírus da raiva e o HIV. O trabalho estatístico publicado na The Lancet é irrelevante para uma conclusão definitiva, tendo em vista os números absolutos de casos de Guillain-Barré e infecção concomitante de zika. A epidemia de zika atinge milhares de indivíduos na América Latina, enquanto que ainda não está esclarecido, do ponto científico, se a microcefalia é uma epidemia ou resultado de uma subnotificação. Cabe a alguns cientistas que têm se manifestado na mídia deixar claro que esse é o momento de estudo e não de conclusões precipitadas que podem gerar danos irreversíveis à população, como algumas afirmações recentes da equipe do Ministério da Saúde”.
Segundo o especialista, alguns exemplos de malefícios gerados por informações muitas vezes precipitadas são o impacto que vem sendo gerado no turismo no país e os casos de mulheres que estão adiando a gravidez. “Nós ainda não sabemos a verdade”, conclui.
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