Foi encontrado no fim da tarde desta quinta-feira o corpo do ator Domingos Montagner. Atual protagonista da novela das 9 da Globo, Velho Chico, Montagner, 54 anos, desapareceu nesta quinta-feira (15), após mergulhar nas águas do rio São Francisco, na cidade de Canindé de São Francisco, em Sergipe. O ator, que estava acompanhado da colega Camila Pitanga, entrou no rio por volta das 13 horas e não retornou à margem. A notícia de que o corpo foi encontrado foi dada ao vivo, na Globo, pela jornalista Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional, pouco depois das 18h. Nascido em São Paulo, em fevereiro de 1962, Domingos Montagner teve uma interessante e meteórica trajetória pelo campo artístico. Antes de conquistar o posto de galã global, o ator foi professor de educação física no ensino fundamental, tarefa que ele afirmava ser grato por ter experienciado. “Eu tinha uma verdadeira paixão em dar aula”, contou certa vez no Domingão do Faustão. Na mesma época ele demonstrou interesse pelo teatro e circo. Seu primeiro contato profissional com as artes cênicas foi no curso de interpretação no Circo Escola Picadeiro, no começo dos anos 1990. O pontapé na área o conduziu à criação do grupo circense La Mínima, em 1997, ao lado de Fernando Sampaio. Em 2003, os sócios deram início ao projeto paralelo Circo Zanni. Com direção artística de Montagner, a iniciativa, que continua na estrada, tem o intuito de colocar em foco circos pequenos e de médio porte em cidades brasileiras. A fantasia de palhaço passou então a fazer parte do cotidiano do ator. Foi vestido assim, aliás, que ele participou do comentado espetáculo A Noite Dos Palhaços Mudos, que conquistou o prêmio Shell de Teatro em 2009, e deu origem ao curta-metragem de mesmo nome. O sucesso da peça no teatro fez o ator ser convidado para um teste na TV. A estreia aconteceu em 2008, quando ele tinha 46 anos, na série Mothern, da GNT. Montagner permaneceu por duas temporadas no programa antes de participar dos seriados da Globo Força Tarefa, A Cura e Divã, respectivamente, entre 2010 e 2011. A primeira novela veio em 2011: Cordel Encantado. O carisma e beleza exótica do ator o fizeram conquistar o público e também prêmios. Entre eles as honrarias de melhores do ano da revista CONTIGO e do Domingão do Faustão na categoria ator revelação. A carreira meteórica levou Montagner a emendar um trabalho no outro. O destaque veio com o papel de protagonista na minissérie Brado Retumbante, seguido pelo arrebatador Zyah, em Salve Jorge, em 2012. Entre o bruto e o amável, o personagem turco roubou o título de galã de Rodrigo Lombardi, que, no folhetim, interpretava o militar Theo. No mesmo ano, Montagner estreou no cinema com o filme Gonzaga – de Pai Pra Filho, de Breno Silveira. O próximo protagonista viria em 2015, na novela Sete Vidas, na qual viveu Miguel, um doador de sêmen que é procurado por sete filhos em busca do pai biológico. No mesmo ano, o ator rodou três longas-metragens, que só entraram em cartaz em 2016: De Onde te Vejo, Vidas Partidas e Um Namorado para Minha Mulher. Montagner ainda vai aparecer nos cinemas este ano com o filme Através da Sombra, sem data de estreia prevista. Durante o acidente, Montagner estava em um intervalo das gravações da novela Velho Chico, de Benedito Ruy Barbosa, com direção de Luiz Fernando Carvalho. Ainda não se sabe como o personagem será substituído na produção. O ator já tinha na agenda o próximo trabalho, a próxima minissérie da Globo, inspirada no livro Carcereiros, de Drauzio Varella. Casado com Luciana Lima há 14 anos, o ator deixa três filhos: Leo, de 12 anos, Antônio, de 7, e Dante, de 5. (G1)