DEFENSORIA VAI APURAR CONDUTA DAS FORÇAS POLICIAIS EM PROTESTO QUE CACO BARCELLOS FOI AGREDID
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  • 17/11/2016 
  • redacao

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) teve ontem o dia mais tenso de protestos contra as medidas de contenção da crise defendidas pelo governo do estado. PMs usaram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha para conter manifestantes – representantes de diversas áreas do serviço público, como Segurança, Saúde, Educação, Meio Ambiente e Justiça. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas.

Lojas foram fechadas e o gás se espalhou pelas imediações afetando a população no local. O jornalista Caco Barcellos foi agredido por manifestantes. Ele foi hostilizado, seguido por um grupo que jogou uma garrafa de água mineral e um cone, além de ter recebido chutes. A Defensoria Pública do Estado do Rio instaurou procedimento para apurar a conduta das forças policiais durante a manifestação. Em nota, o núcleo de Direitos Humanos da instituição se mostrou preocupado com o “uso excessivo da força” pelos policiais.

Jornalista Caco Barcellos foi agredido por manifestantes (Foto: Agência Brasil)

Jornalista Caco Barcellos foi agredido por manifestantes (Foto: Agência Brasil)

O aparato montado pelo governo para sufocar o protesto, porém, se mostrou insuficiente. Os servidores derrubaram grades de proteção que haviam sido instaladas para evitar a ocupação do Palácio Tiradentes, como ocorrera no dia 8. Uma barreira de policiais se manteve no portão principal durante toda a manifestação. Centenas de servidores começaram a chegar à Alerj por volta das 9h.

A polícia não divulgou o número de participantes; os organizadores falaram em dez mil. O objetivo do protesto é pressionar os deputados a votar contra o pacote. A medida mais controversa é o aumento da contribuição previdenciária de ativos e inativos – que não deverá mais ser votado, como prometeu o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB). De manhã, os manifestantes foram mantidos afastados cerca de 50 metros da porta principal pelo gradil.

O número de pessoas cresceu rapidamente, e, por volta das 13h30, as estruturas metálicas começaram a ser forçadas. A polícia respondeu com truculência e atirou balas de borracha. Às 14h30, já não havia mais grades e os servidores ocuparam a escadaria da Alerj. Não houve tentativa de invasão. edacao@correio24horas.com.br)