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- 04/08/2017
- redacao
e Leandro Duarte Brasília e A TARDE BSB
O presidente Michel Temer afirmou, nesta quinta, 3, que a vitória na Câmara de barrar a denúncia contra ele por corrupção passiva deu início à “derrota” daqueles que querem afastá-lo.
Em entrevista à rádio BandNews, o presidente voltou a chamar a denúncia de “inepta” e disse que as acusações são de “natureza política”. O peemedebista chamou a denúncia de “kafkiana” e disse que não há “provas sólidas”. “Vou ser um pouco piegas, mas parece uma coisa kafkiana, começa um processo de tentativa de retirar o presidente da República sem um motivo sólido”
Ainda nesta quinta, o presidente Michel Temer escalou aliados para mapear os deputados que traíram o governo durante a votação da denúncia na Câmara. Temer conseguiu barrar a denúncia com 263 votos, mas previsões de integrantes da base aliada apontavam que esse número poderia chegar a 300 deputados.
Os responsáveis por fazer esse levantamento serão o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o vice-líder Beto Mansur (PRB-SP).
A ideia é que eles procurem conversar com os deputados que prometeram que votariam com o governo, mas que, na hora de declarar a posição no plenário, mudaram de ideia.
Entre as traições inesperadas estão, por exemplo, Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que faz parte da bancada ruralista, e do cantor Sérgio Reis (PRB-SP), que estava sendo pressionado pela legenda a votar com o governo. Os líderes também vão buscar descobrir o motivo de cada um dos 16 deputados que se ausentaram do plenário e não participaram da votação.
Segundo Beto Mansur, a ideia não é fazer uma “caça às bruxas”, mas ter uma noção real do tamanho da base aliada após a votação.
Oposição
O placar de 263 a 227 concedeu uma vitória tranquila para o governo que precisava de 172 votos para arquivar a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).
A margem do êxito, aquém do que imaginava a base em todas as conversas de bastidores, leva a oposição a dizer que “ganhou, mas não levou”, em virtude da futura dificuldade do Planalto para aprovar as grandes reformas que em sua maioria precisam de 308 votos na Casa.
Este é o entendimento de Alessandro Molon (Rede-RJ). O deputado afirma que o resultado do embate da votação foi trágico para a democracia brasileira, contudo reflete a fragilidade na base governista.
“O governo blefou o tempo todo e sai dessa votação fragilizado. Ele não terá 308 votos que seriam necessários para aprovar qualquer mudança para aprovar qualquer mudança constitucional. É um governo que sai vivo, mas está na UTI. O problema é que quem paga a conta dos aparelhos ligados é o povo brasileiro”, afirma Molon.
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