- 1.869
- 0
- 03/02/2018
- redacao
Em meados do ano passado o ex-presidente Lula foi ao banheiro, em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP), e sentiu a falta do conjunto de crochê, desses vendidos em lojas populares, que a ex-primeira-dama Marisa Letícia havia comprado para enfeitar o cômodo. Eram pequenos tapetes colocados na saída do box do chuveiro e no contorno do piso do vaso sanitário, que também tinha uma capa do mesmo material revestindo a sua tampa.
O sumiço dos enfeites era obra de uma das noras do petista, que justificou que os tecidos estavam desgastados pelo tempo. Lula, então, mandou que os filhos providenciassem outro jogo igual, queria tudo como a mulher havia deixado. Os filhos não precisaram ir até a loja. Havia mais guardados no armário.
Até agora o ex-presidente manteve intocado tudo o que diz respeito à ex-primeira-dama, cuja morte completa um ano neste sábado (3). A missa em memória de Marisa, que acontecerá no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, vai encerrar o luto da família.
DOAÇÃO
Lula e os filhos decidiram doar roupas e objetos dela para o bispo emérito de Blumenau, dom Angélico Sândalo Bernardino, que vai distribuir entre os moradores da periferia de São Paulo. O sacerdote, de 85 anos, que vai comandar o ato litúrgico no sindicato, trocou a diocese da cidade catarinense por uma casa na Vila Brasilândia, um dos bairros mais carentes e violentos da capital paulista. Pretende ver as mulheres pobres do bairro vestindo as peças que já foram de uma primeira-dama.
Não é pouca coisa a ser doada. Marisa Letícia tinha como hábito nunca se desfazer de vestidos, terninhos e acessórios, sobretudo se fosse presente de alguém.
Como mulher de um presidente da República, ganhou muitos agrados de pessoas que admiravam sua trajetória e a do marido. “Se algum familiar aconselhava a se desfazer de algo, ela não reagia bem. Perguntava: quem ganhou o presente, eu ou você?”, diz Camilo Vannuchi, jornalista que prepara uma biografia da ex-primeira-dama.
Marisa armazenava, por exemplo, todo o material das festas juninas que gostava de promover para os amigos e parentes. De um ano para outro ia crescendo o volume de bandeirinhas e lâmpadas que iam para os armários.
Lideranças do partido, como o senador Lindbergh Farias, o ex-prefeito Fernando de São Paulo Fernando Haddad, o governador do Piauí, Wellington Dias, além de deputados e ex-ministros confirmaram presença na missa, que acontecerá às 19h.
De manhã, o PT organiza um ato de inauguração extraoficial do viaduto Marisa Letícia, na zona sul de São Paulo. O evento é uma resposta ao prefeito João Doria, do PSDB, que não quis promover um evento para marcar a abertura da obra, alegando que Marisa Letícia nunca tinha feito nada por São Paulo que merecesse essas homenagens
- FAÇA UM COMENTÁRIO
- 0 COMENTÁRIOS