O vice-governador eleito ficou tenso na entrevista
O deputado federal João Leão (PP), vice-governador eleito na chapa de Rui Costa (PT), concedeu uma entrevista à Rádio Vale do Rio Grande, em Barreiras, dias antes do segundo turno eleitoral, onde externa sua indignação com a posição política dos produtores da região oeste da Bahia.
O parlamentar tem momentos de euforia e diz que não aguenta quando vê “uma pessoa caminhar para um lado” e percebe que “o cara está vendado, que não tem o reconhecimento”. A cidade de Luís Eduardo Magalhães, vizinha a Barreiras, foi um dos colégios eleitorais onde Aécio Neves (PSDB) teve vitória diante da presidente Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, sendo apoiada pelo deputado pepista.
Segundo Leão, ele teria ajudado os produtores quando estes enfrentaram dificuldades e agora, ao que dá a entender, o grupo não estaria retribuindo em forma de apoio político.
“Agora você tem aquelas pessoas que querem sempre mais, ele quer sempre tudo, acha que é o porretão, que é o retadão, acha que conseguiu tudo por conta dele, que não precisa de ninguém, não precisa de governo. Essas pessoas, eu quero falar para essas pessoas que tem um avião, que tem isso, que tem aquilo, que tem uma pajerona bonita, que anda aí dizendo ‘eu que consegui’… Eu que consegui, me perdõe minha gente, uma ova! Eu que consegui coisa nenhuma, o governo da presidente Dilma, o governo da presidente Lula ajudou e muito”, diz com tom de irritação.
“Eu não esqueço nunca, que eu, relator da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias], chegou lá um pedido dos produtores, que foram mais de cem, fizeram caminhonaço, chegou lá no Congresso Nacional. E chegaram dizendo que o algodão não dava, que se não tivesse o preço mínimo do algodão, não se podia produzir e que os produtores todos iam quebrar. Nós negociamos, eu coloquei, quem colocou foi João Leão, um bilhão e trezentos milhões de reais para ajudar esses produtores daqui do oeste da Bahia. Essas pessoas hoje estao ricas, bonitas. Antes estavam tudo lá, dizendo ‘vou quebrar’. Na hora que eles precisam, que estão com o cinto apertado, eles se lembram. Quando chega na hora que está tudo bem, tudo muito bonito, que o país andou, que estou com minha pajerona, com meu avião, aí se esquece, gente. É pra essas pessoas que eu quero falar, tenha consciência. Tem o aeroporto de Luís Eduardo Magalhães, tem o aeroporto de Barreiras, aí o cara diz que Wagner não fez nada pelo oeste. Ora, ‘fi duma égua’! E as desapropriações que o Estado ta fazendo para que essa ferrovia chegue aqui?”, se exalta e questiona.
Em seguida, o deputado elenca programas dos governos estadual e federal e pede que as pessoas botem a mão na consciência e despede dizendo que Deus protege até os infiéis: “não seja traidor, venha junto conosco: Dilma 13, junto com Leão”. (Bocao news)