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- 11/03/2020
- redacao
A chuva miúda caia , insistia sem mais querer parar.
E a procissão seguia seu trajeto,vagando pelas ruas sem itinerário marcado.
Cábisbaixos, andar cambaleante, os transeuntes pareciam insones ao caminhar que faziam.
Não tinha nenhum andor a procissão. Os santos que acompanhavam- na iam presos a mente de cada crente.
Era de Teodoro, São Benedito, o carrego. Era ele de côr.
Quem levava Santa Luzia era o Pedro. Coitado. Era também levado. Não sabia para onde ia e e nem por onde.Sabia que ia e levado, mas seus olhos não viam.
Josias carregava Santo Antonio e uma garrafa debaixo do braço. Estava enamorado de Mariá
Chorando o Ismael levava São Pedro. Ficara viúvo de ontem. Morrera Madalena.
Mais e mais gente passava carregando um santo seu.
O Gabriel, o Bernardo o Inácio, gente e gente.
E eu nao sei onde tanta gente, tinha tanto santo e tanto sentimento, para andar acompanhando acompanhado de tantos cambaleantes.
Em todo mundo que a dor doía a procissão foi. Um, a ela faltou. Estava ele ausente aos sentimentos presentes.
Na procissão ele faltou com um santo na mente, com uma dor no peito e o andar cambaleante e na mão uma garrafa de aguardente.
Morrera.
(*) -Joseval Martins (Funcionário aposentado/CEPLAC
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