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- 14/08/2017
- redacao
A psicóloga Simone Domingues explica como formar adultos independentes e autoconfiantes
Crianças costumam ser indefesas e ingênuas, por isso é natural os pais agirem de forma protetora. Mas até que ponto essa atitude é benéfica? Segundo Simone Domingues, professora de psicologia da Universidade UNG, o excesso de zelo pode acarretar em sérias consequências na fase adulta.
Apesar de dependerem dos cuidados e supervisão de adultos, Domingues explica que com aproximadamente seis anos de idade os baixinhos já começam a perceber uma diferenciação de pensamentos e opiniões entre as pessoas, iniciando o autoconhecimento de suas particularidades. “Nesta etapa é essencial promover momentos de liberdade, porque a medida que a criança enfrenta um desafio sem os pais, haverá possibilidades de fazer acontecer, verificar seus limites e perceber o quanto consegue dar conta sozinha. Isso é bom, porque ela estará organizando sua personalidade e seu conhecimento sobre o mundo”, afirma Domingues.
O problema é que muitos pais inibem esse processo, e em casos mais acentuados esta coibição permanece até mesmo na adolescência ou juventude. Segundo a professora, eles tomam este tipo de conduta por dois motivos, para manter o elo afetivo por meio da dependência ou por subestimá-los. Em ambas situações, a docente faz uma analogia com o uso de óculos que distorcem a visão da realidade, porque independente do motivo, os pais se negam a aceitar que os filhos têm a capacidade de observar seu entorno, criar suas próprias percepções e serem protagonistas de suas ações. Sendo assim, Domingues afirma, “é importante que os pais perguntem aos filhos o que eles acham, o que querem e ajudem a solucionar seus problemas. Inclusive as crianças. É preciso desmistificar a ideia de que elas não entendem, não prestam atenção ou que não têm opinião”.
A psicóloga enfatiza que há diferença entre ajudar e solucionar. Por exemplo, existem pais que não permitem que os filhos passeiem com a escola. Diante deste cenário, Domingues acredita que os pais devem expor seus receios, explicar o porquê desta insegurança e permitir que os próprios filhos sugiram como assegurar a tranquilidade de seus responsáveis. Desta forma, eles ampliam o repertório de vivência e interação, ao mesmo tempo em que estreitam a relação de confiança com seus pais.
Quando a independência dos filhos não é respeitada e é exercido um abuso da autoridade familiar, eles podem se tornar adultos medrosos e dependentes, que sentem dificuldade de se posicionar e enfrentar desafios, além de se considerarem incapazes e necessitarem da aprovação dos outros, o tempo todo.
“Felizmente, o ser humano tem o que chamamos de plasticidade, de flexibilidade. Porque ele aprendeu ou viveu de uma forma, não quer dizer que ele não possa rever esse conceito”. Domingues conta que se a pessoa tiver oportunidades em seu caminho, ele pode superar essas características enfrentando suas inseguranças, através de incentivos de outras pessoas, como amigos, companheiros ou até mesmo chefes de trabalho. Em quadros mais persistentes, é recomendável a ajuda de um psicólogo para auxiliar o processo de superação.
Assessoria de Imprensa – UNG Universidade
Isabella Araújo – isilveira@ung.br
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