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- 21/04/2018
- redacao
Ao velho amigo Duda Mendonça, artífice da primeira eleição de Lula!
O naufrágio moral e político de Lula confere atualidade e aproxima dois aforismos fundamentais da fé e da razão: o bíblico,
“De que vale ao homem ganhar o mundo se perder o reino dos céus?”(Marcos, 8:36), e o laico, da lavra de Goethe:
“O maior de todos os erros é permitir que as coisas menores impeçam a realização das maiores”.
Como dissemos a respeito de Lula, no livro (as) ’51 personalidades (mais) marcantes do Brasil’, são várias as singularidades de sua rocambolesca biografia. Uma delas é o absoluto recórde brasileiro de 5 candidaturas à presidência da República, em que perdeu as três primeiras (1989, 1994 e 1998) e venceu as duas últimas (2002 e 2006).
A segunda é ter sido o primeiro presidente do Brasil nascido em Pernambuco.
A terceira é a de ser o único presidente sem curso superior.
A quarta é haver terminado o governo com os mais altos índices de popularidade.
A quinta é a de ter feito sua sucessora depois de governar oito anos seguidos, com a marcante singularidade de nunca haver ela, Dilma Roussef, exercido qualquer função pelo voto popular.
A sexta é a de figurar, com o melhor rank, entre os brasileiros, nas listas das ‘personalidades mais influentes do mundo’.
Segundo a revista americana Newsweek, Lula era, em 2008, a ’18ª pessoa mais poderosa’, caindo para o 33° lugar, em 2009, de acordo com a revista Forbes.
A sétima peculiaridade foi ser considerado pelo jornal francês Le Monde e pelo espanhol El País, o ‘Homem do Ano’, em 2009.
O jornal inglês Financial Times incluiu-o entre as ’50 pessoas que moldaram a primeira década do terceiro milênio’, pelo seu charme e habilidade política, enquanto o Instituto Datafolha apurou que ele foi considerado ‘a mais confiável entre 27 personalidades pesquisadas’, no início de 2010, tendo recebido no Forum Econômico Mundial, em Davos, na Suiça, o prêmio, pela primeira vez deferido, como Estadista Global, pela sua atuação para redistribuir renda, reduzir a pobreza e preservar o meio ambiente, com reflexos mundiais.
Enquanto isso, o jornal israelense Haaretz declarou em março de 2010 que Lula é “o profeta do diálogo”, por suas mediações para promover a paz no Oriente Médio, e a revista Time, em abril de 2010, situou-o como “um dos 25 líderes mais influentes do mundo”.
A ONU, por sua vez, condecorou-o como o Campeão Mundial na Luta Contra a Fome e a Desnutrição Infantil. Tudo isso levando a crer que pudesse ganhar o Nobel da Paz, edição 2011.
E a maior de todas as singularidades, esta de caráter universal: “Nunca antes na história desse país…”, para não dizer do mundo, alguém chegou tão longe a partir de tão modesta origem.
Tudo isso foi jogado na lata do lixo, a partir do momento em que, cedendo ou em sintonia com os seus mentores, José Dirceu à frente, Lula decidiu colocar todo o seu prestígio a serviço da manutenção do poder, ainda que ao preço da dilapidação do patrimônio moral e material do País, mancomunando-se com partidos de todas as tendências e empresários anéticos para organizar a maior pilhagem contra o Erário de que se tem notícia na história do mundo! Do ponto de vista do resultado prático, esse assalto contra a bolsa popular constitui crime de genocídio perpetrado contra um povo, de dimensões comparáveis ao holocausto do povo judeu, sob o guante de Hitler.
Com efeito, a maioria dos que pereceram nos acidentes provocados por deficiências de nossa infraestrutura física, os mortos na violência das ruas, nas filas dos hospitais ou de causas derivadas da ignorância teria sobrevivido se esses recursos não tivessem sido desviados sob a orientação maior de Lula, a partir do momento em que se sentiu apto a alçar o voo das garças que deixam o pântano, exibindo plumas imaculadamente brancas.
Ironia do destino: o Forum de São Paulo, inaugurado em 1990 e concebido para reavivar a combalida esquerda, na esteira da implosão da União Soviética, ao tempo em que alavancou a carreira de Lula, transmitiu-lhe um sentimento de onipotência que o levou a supor que tudo poderia num país de maioria analfabeta, facilmente seduzível com a reiterada promessa de lhe dar o céu na terra.
A impunidade alcançada no mensalão foi a senha para dar sequência ao momentoso assalto contra o patrimônio público e as instituições brasileiras, resultando na escumalha em que se transformaram o Executivo, o Legislativo e o Judiciário brasileiros, com as exceções que confirmam a regra.
Adepto de um pragmatismo que esnoba os valores da cultura, Lula ignorava a lição de Lord Acton segundo a qual “Todo poder tende a corromper, e, o poder absoluto a corromper absolutamente”.
Está claro que uma maioria circunstancial no Supremo Tribunal Federal já se manifestou decidida a acabar com o início do cumprimento da pena pelos condenados em segunda instância, modo subliminar de assoalhar, erga omnes , que no Brasil o crime compensa.
A sociedade brasileira vive, doravante, o desafio de se armar contra esse crime hediondo que quer perpetrar a mais alta corte de justiça, a de mais baixa qualidade moral em toda a nossa história!
A prisão de Lula, por 31 dias, em 1980, projetou o seu nome na política nacional.
A prisão de agora decreta seu triste fim, por ele mesmo tecido…”
Artigo de Joaci Góes publicado na Tribuna da Bahia em 12/04/18:
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