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- 11/07/2020
- redacao
O oncologista Ramon Andrade de Mello alerta os pacientes a continuarem o tratamento
O número de mortos de pacientes com câncer em casa, sem tratamento, dobrou durante os meses de abril e maio de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior, no Rio de Janeiro. A pesquisa realizada pela Fiocruz aponta o registro de 280 óbitos em casa nesse período.
Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), alerta que os pacientes não devem suspender o tratamento sem orientação médica: “A interrupção dos cuidados pode levar a perda da ‘janela’ de tratamento do paciente e a doença avança até chegar em uma situação irreversível”.
As orientações são as mesmas para aqueles pacientes que adiam o diagnóstico da doença sem orientação de um especialista. “O medo do novo coronavírus não pode ser motivo para desistir da consulta médica. O câncer é uma situação de emergência e deve ter a mesma prioridade da Covid-19”, ressalta o professor da Unifesp.
O número de exames oncológicos também sofreu alteração significativa durante a pandemia. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), eles tiveram queda de aproximadamente 80% entre fevereiro e março. O levantamento mostra ainda que as cirurgias caíram pela metade e as clínicas de diagnóstico por imagem tiveram 70% de redução na realização de exames nesse período.
“O diagnóstico precoce do tumor oncológico aumenta as chances de resultados positivos para os pacientes. Em alguns casos, é até possível adiar a cirurgia ou início de uma quimioterapia, mas uma espera de três meses faz uma grande diferença”, explica o médico.
(*) -O oncologista é do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital 9 de Julho, em São Paulo, SP, e do Centro de Diagnóstico da Unimed (CDU), em Bauru (SP).
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