ESTADO NÃO PODE SER MATADOR, TEM QUE MEDIAR, DIZ JERÓNIMO
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  • 04/11/2025 
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— Crédito: Feijão Almeida/GOVBA

Ao anunciar, nesta terça-feira (4), novos investimentos estaduais na segurança pública, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, defendeu que o Estado tem que combater o crime e garantir a segurança da população, mas sem cometer abusos ou violar direitos.

“O Estado não pode ser um Estado matador. Não pode. Não é o Estado que tem que fazer isto. O Estado tem que mediar”, disse Rodrigues, referindo-se à chamada Operação Contenção, que as forças de segurança pública do Rio de Janeiro deflagraram no último dia 28, nos complexos do Alemão e da Penha, na capital fluminense.

A ação fluminense resultou em 121 mortes – incluindo as de quatro policiais – tornando-se a mais letal operação policial já registrada no Brasil. Apesar disso, não conseguiu prender o principal alvo, Edgar Alves de Andrade, o doca, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho no Rio.

O governador baiano destacou que, na Bahia, a Operação Freedom, realizada nesta terça-feira (4), prendeu ao menos 35 pessoas suspeitas de integrarem o Comando Vermelho. Feita pela Polícia Civil, com o apoio das polícias Militar baiana, Civil do Ceará e Federal, a operação resultou na morte de um homem, que não teve a identidade divulgada.

Segundo a secretaria estadual da Segurança Pública, o homem morto não constava entre os alvos dos mais de 90 mandados judiciais que estão sendo cumpridos, mas tinha antecedentes criminais; era conhecido dos policiais por, supostamente, organizar os ataques a grupos rivais do Comando Vermelho na Bahia, e reagiu a tiros quando os agentes tentaram deter parte dos investigados localizados no bairro Uruguai, na Cidade Baixa, em Salvador.

A morte do homem motivou protestos no bairro Uruguai. Manifestantes montaram ao menos três barricadas com pneus, madeira e outros materiais próximas ao Viaduto dos Motoristas e da Rua Luiz Régis Pacheco, interrompendo o tráfego de veículos. Acionados, policias militares e bombeiros conseguiram liberar as vias, mas o patrulhamento teve que ser reforçado na região.

“A mão forte do Estado precisa acontecer. Não vamos dar trégua ao crime organizado na Bahia. Mas minha ordem é que possamos cercar, prender e entregar [os investigados] à Justiça”, garantiu Rodrigues.  (Agência Brasil)