- 1.808
- 0
- 08/03/2016
- redacao
Gwen Hartley tem duas filhas com a temida e agora muito falada microcefalia, nome dado à doença que pode ser provocada pela picada de um mosquito que transporta o vírus zika e que faz o bebé nasce com o perímetro cefálico inferior a 32 cm, podendo levar à deficiência motora, mental ou até à morte prematura.
Embora as consequências possam ser devastadoras, a norte-americana faz questão de pedir que não tenham pena da sua família. “A pena para mim é o pior. Desde o início começámos a receber a pena por Claire. Sentia pena até da parte dos meus amigos… mas nós estamos orgulhosos delas”.
Hartley e o marido, Scott, têm três filhos: Cal com 17 anos, o mai velho, e as duas meninas, Claire e Lola, de 14 e 9 anos respetivamente, que nasceram com microcefalia.
“Esta tem sido a minha vida ao longo de 14 anos. Não a teria escolhido, mas adoro-a”, garante Gwen Hartley, em declarações ao Huffington Post.
Com Cal, tudo normal, incluindo a gravidez e o parto. Dois anos e meio mais tarde, no entanto, quando nasceu Claire, um comentário da mãe acabaria por fazer soar os alarmes: Não se lembrava do “quão pequeninas são as suas cabecinhas”. Aos três meses e meio, a bebé era diagnosticada com a doença, mas sem que os médicos conseguissem encontrar uma explicação para o problema.
“Nunca descobriram um gene responsável pela doença das nossas meninas. Ainda acreditam que é genético, mas ninguém encontra os genes específicos responsáveis”, explica a norte-americana.
A terceira gravidez foi vigiada muito mais de perto e às 26 semanas, a medida da cabeça de Lola já mostrava os sinais de alarme da microcefalia: era equivalente à medida esperada com menos cinco semanas de gestação.
Nenhuma das meninas fala, mas comunicam com sons e gestos. Ambas têm nanismo, paralisia cerebral, convulsões e refluxo.
Com o medo crescente em torno da infeção com Zika, a mãe receia que o facto de a microcefalia se ter tornado um assunto corrente afete as famílias que vivem com a doença. No seu blogue, Hartley diz esperar que o seu testemunho ajude as mães com bebés com microcefalia a sentirem-se menos “sozinhas e com medo”. Fonte: visao.sapo.pt
- FAÇA UM COMENTÁRIO
- 0 COMENTÁRIOS