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- 02/03/2017
- redacao
A ex-presidente Dilma Rousseff reagiu nesta quinta-feira ao depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que ele confirmou o caixa dois na campanha da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Em nota, a petista classificou a informação como “mentirosa” e “um insulto à sua honestidade”, negando que tenha pedido recursos da Odebrecht ou autorizado pagamentos por fora a prestadores de serviços. “A insistência em impor à ex-presidente uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos”, escreveu a assessoria de Dilma. Ela também questionou o fato de as informações virem à tona no mesmo momento em que novas suspeitas recaem sobre os “artífices do golpe de 2016”, referindo-se aos homens fortes do governo Temer. Preso na Operação Lava-Jato, o herdeiro da holding que leva o seu sobrenome prestou ontem depoimento de quatro horas ao ministro do TSE Herman Benjamin, relator do processo que investiga a chapa por abuso de poder econômico e político. A ação pode resultar na perda de mandato do presidente Michel Temer e na declaração de inelegibilidade de Dilma. Na oitiva, Odebrecht também confirmou o pagamento feito ao publicitário João Santana, responsável pela campanha em 2014, com recursos de caixa dois acertados com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao final do depoimento, ele afirmou que não tinha como “dar certeza” se Dilma e Temer sabiam das negociações e de “qualquer ilicitude nas doações”. O empreiteiro afirmou que o governo petista, ainda na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria negociado com a empresa duas “contrapartidas” por uma medida provisória negociada por Mantega ainda em 2009 e que beneficiaria a empresa. Os recursos não teriam sido usados na campanha de 2010 e teriam ficado como um crédito para uso posterior, no valor de 50 milhões de reais. No texto, Dilma nega que tenha indicado o seu ex-ministro da Fazenda para tratar de arrecadação eleitoral e ressaltou que “todas as doações (…) foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral”. (Veja)
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