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- 29/03/2020
- redacao
Bolsonaro e Rui Costa sabotaram o povo brasileiro, o povo baiano e nós profissionais de saúde. Como manter quarentena, isolamento, comércio fechado, restrição a circulação de pessoas, se a PM é subordinada ao estado e o governador rifou o comando do caos? Se a falácia oportunista dos dois fez muitas pessoas cegamente colocarem em xeque a ciência e as recomendações médicas? “Lavaram as mãos,” não para prevenir a doença, mas para escapar da própria incapacidade de liderar sua nação e estado num período de crise. Mais uma vez, a transferência de responsabilidade foi uma esfarrapada estratégia da politicagem.Mas a história não os isentará desta atitude covardes.
As ações de saúde para o enfrentamento da pandemia são sabotadas quando o esforço da ciência é ridicularizado ao se colocar numa balança cruel (o que não deveria nem ser pesado) – a economia de um país em detrimento da vida de sua população. A implementação de medidas com a colaboração coletiva por si só já é difícil num contexto de concordância e se torna impraticável quando se incita a dúvida da massa que por falta de conhecimento ou por necessidade, encara tais declarações como mais uma “mitada” do “mito.”
O coronavírus não é mais uma realidade da China ou Europa. É hoje a principal ameaça no Brasil. Nosso sistema público de saúde sucateado rapidamente sucumbirá aos doentes dos quais sua percentagem mais grave morrerá por falta de insumos, equipamentos e UTIs. Você não apenas estará sem dinheiro, mas estará de luto pela morte de seu pai, ou de sua mãe, ou de seu filho, aliás, você pode ser um dos corpos dentro dos caminhões do exército e nesse momento não será mais tão “intelectual” ou “progressista” debater a economia do país.
Iremos lutar, mas só Deus poderá salvar o país que vai na contramão do mundo abrindo fronteiras estaduais, ignorando quarentenas e questionando a ciência no meio de uma pandemia que assola a todos. Sem esquecer dos mais necessitados, transferir renda para quem precisa foi mais digno e providencial que “lavar as mãos,” para se livrar da responsabilidade de combater a “gripezinha.”
(*)- Médico
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