- 3.212
- 0
- 20/03/2015
- redacao
Os noticiários, jornais e revistas não param de mencionar esta palavra: crise. E ela atinge inúmeros setores do país: política, gestão de empresas públicas, dentre outros, assim como os recursos hídricos, energéticos e, também, os financeiros.
Procurei algum elemento em comum para todas essas crises e, na minha opinião, se gasta (consome) além do que se gera. Se consome mais credibilidade do que se gera. É assim com a maioria dos recursos disponíveis: dinheiro, água, energia e demais recursos naturais.
Ao consumir mais do que se gera, o resultado é inevitável: escassez, falta do recurso “x”, crise. E parece que não existem responsáveis por isto. Parece que os recursos que tínhamos à disposição sumiram, desapareceram sem razão nenhuma.
Só no momento de nos deparar com a falta de algum recurso é que começamos a procurar responsáveis (é muito importante achar um culpado) e a torcer por soluções mágicas, tais como a “dança da chuva” para resolver a seca. Ambas as situações têm algo em comum, o problema foi gerado por outros (os culpados) e alguém terá que resolver (eu sou vítima da situação).
Aguardar por essas “soluções mágicas” parece ser o mais natural, pois “Deus é Brasileiro” e “Eu Mereço”. Para todos os casos, a solução mágica é uma espécie de “tsunami de recursos” que nos permitirá continuar fazendo as coisas do mesmo jeito. Assim, a festa continua! Porém, estas soluções não são sustentáveis, pois estão sempre fora do nosso controle.
Imaginem, por exemplo, uma pessoa que gasta mais dinheiro do que ganha. Todo esse dinheiro que gasta a mais precisa vir de algum lugar, que tem um nome: crédito (endividamento). Esse endividamento continuado leva à inadimplência, ao esgotamento do recurso dinheiro.
Pensemos no que está acontecendo nesses momentos no Estado de São Paulo, com o recurso da água. O consumo supera a entrada de água nos reservatórios e, portanto, eles estão secando. E nem que funcione a dança da chuva, essa espécie de “Mega-Sena/Lotomania natural” ou qualquer outro jogo de azar “natural”, se poderá resolver a situação a curto prazo.
Comportamentos e hábitos diferentes serão a solução de médio e longo prazo. No curto prazo, reduzir o consumo ao mínimo possível será a única forma de reverter o problema e fazer com que a quantidade de água que entra nos reservatórios seja maior do que a que se consome.
A educação financeira, que trabalha de maneira comportamental, é uma grande ferramenta para ajudar a criar esses novos hábitos. Baseando-se em objetivos específicos de curto, médio e longo prazo, a pessoa fará o exercício de identificar quanto ganha líquido e em que está gastando, para pôr as “mãos na massa” e fazer seu orçamento que privilegie seus objetivos (sonhos) e poupar, gastar menos em todos aqueles itens que for possível, para poder alcançar esses sonhos.
Esta “receita comportamental” funciona para gerir qualquer recurso, seja credibilidade, os recursos de uma empresa, recursos pessoais ou recursos naturais.
Nós somos os únicos responsáveis por administrar nossos recursos, assim como de administrar aqueles recursos que dividimos com outras pessoas. As crises nos ajudam a parar para repensar nossos hábitos, mudar aqueles que não estão nos ajudando a alcançar nossos objetivos e seguir em frente.
Silvio Bianchi é Master Coach, Coach Financeiro, Pós Graduado em Educação Financeira e Educador Financeiro DSOP. Diretor da Unidade DSOP São José dos Campos e Fundador de BAB & Associados Alto Desempenho – Finanças. Coordena uma coluna quinzenal de Educação Financeira, em Espanhol, e colabora com blogs e publicações na área de educação financeira e comportamento.
- FAÇA UM COMENTÁRIO
- 0 COMENTÁRIOS