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- 24/03/2017
- redacao
Tempo Presente
Levi Vasconcelos
Não raras vezes você está no aconchego do lar vendo tevê quando aparece algum ilustre desconhecido ancorado em algumas letrinhas e começa a estrilar ideias para salvar o Brasil. Na quarta, 22, numa dessas, surpresa grande: o personagem em apreço, Roberto Jefferson, surgiu na tela pregando a reforma tributária como redenção nacional.
Para lembrar: ele foi o pivô do mensalão, o escândalo que detonou a vida de petistas notáveis, como José Dirceu. Com o detalhe: confessou que recebia a mesada (daí o nome, mensalão). Réu confesso, portanto. Foi condenado a sete anos e 14 dias. Cumpriu parte, está solto. E livre para nos ensinar como fazer um Brasil melhor. Dá para acreditar?
Isso acontece porque ele é o dono do partido, o PTB. No Brasil é assim. Alguém funda o partido, não elege os diretórios (o que institui mandatos), forma comissões provisórias que ele deleta na hora que quer, e reina absoluto, como um soberano.
O pior: quem paga as aparições na tevê e a manutenção de tais partidos somos nós. Nas inserções comerciais, as tevês ganham créditos abatidos em impostos. Os partidos, nos custam R$ 869 milhões por ano do Fundo Partidário. São 35 partidos, outros 20 no prelo. Virou um negoção fazer um.
Tal cenário revela uma das boas contribuições para nossa desmoralização política.
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