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- 06/11/2018
- redacao
por Guilherme Ferreira
Em sua primeira entrevista após aceitar o convite para comandar o Ministério da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, Sérgio Moro afastou a possibilidade da pasta ter uso político. Ele reforçou que vai atuar em um posto predominantemente técnico, mas admitiu que terá que, “de certa maneira”, fazer política com instituições como o Congresso Nacional.
“Dentro do ministério, é inevitável que haja um dialogo com outras instituições, em especial com o Congresso Nacional. Isso é, de certa maneira, a realização de política, mas não é essa visão que tenho desse cargo”, comentou o futuro ministro. Ele declarou ainda que, ao aceitar o convite para ser ministro, não contrariou uma afirmação dada ao Estadão em 2016, quando disse que não entraria para a política.
“Na minha visão, sigo para atuar numa função iminentemente técnica, para fazer um trabalho técnico. Não tenho nenhuma pretensão de concorrer em qualquer momento da minha vida a cargos eleitorais”, ressaltou. Moro destacou que vai priorizar o combate à corrupção e negou a chance de haver qualquer tipo de influência política em seu trabalho. Segundo ele, o próprio Bolsonaro garantiu essa condição. “Não haverá interferências políticas de maneira nenhuma, isso inclusive posição do presidente eleito”, disse.
Durante a entrevista coletiva, Moro confirmou que se encontrou com o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, ainda no dia 23 de outubro, antes do segundo turno da eleição. Contudo, ele negou que a condenação do ex-presidente Lula buscava interferir na disputa. “O que existe é um crime que foi descoberto, investigado e provado e as cortes apenas cumpriram a lei. Não posso pautar minha vida num álibi falso de perseguição política”, argumentou.
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