O JÁ CONHECIDO OPORTUNISMO DE RENAN CALHEIROS (COLUNA WENSE,)
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  • 14/04/2022 
  • redacao

 

Renan Calheiros

“Eu apoio o Lula não porque ele é favorito para ganhar as eleições, mas ele é a única candidatura que pode derrotar Bolsonaro e pode reafirmar os valores civilizatórios. Ele é um político que erra pouco. Lula não pode errar mais nesse processo político-eleitoral porque essa não é sua tradição”.

A declaração acima foi dada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) na edição de hoje do UOL News. O terrível ex-governador de Alagoas, depois de ser o principal protagonista do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, tem agora a missão de liquidar com a pré-candidatura presidencial de Simone Tebet, sua colega na Câmara Alta.

O parlamentar, que tem vários processos em andamento, alguns já no âmbito do STF, instância máxima do Poder Judiciário, diz que apoia o ex-presidente Lula porque é “a única candidatura que pode derrotar Bolsonaro e pode reafirmar os valores civilizatórios”.

Ora, ora, até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Renan, o emedebista mais pragmático e oportunista do emedebismo, só está ao lado do petista-mor porque ele é o primeiro nas pesquisas de intenções de voto.

Se o “mito” da esquerda ocupasse uma terceira posição, sem nenhuma perspectiva de crescimento, Renan se aproximaria do que tivesse mais chance de ser o chefe do Palácio do Planalto. Se afastaria de Lula como o diabo da cruz.

Insinuar que só Lula pode “reafirmar os valores civilizatórios”, é de um inominável desrespeito com os outros adversários da reeleição de Bolsonaro. É um acinte, uma afronta.

Outra declaração do senador, que é de um puxa-saquismo nojento, é a de que Lula “é um político que erra pouco”. Ora, ora, Lula vem falando uma besteira atrás da outra. Renan, se contradizendo, diz que Lula “não pode errar mais nesse processo-eleitoral porque não é sua tradição”.

Mas a grande desinformação do ex-relator da CPI da Covid-19 ficou por conta da assertiva de que a candidatura de Lula “é a única que pode derrotar Bolsonaro”. Um desconhecimento total do cenário da sucessão presidencial.

Ora, ora, é só perguntar ao presidente Jair Messias Bolsonaro, o “mito” da direita, quem ele quer enfrentar no segundo turno. A resposta, sem pestanejar, é Luiz Inácio Lula da Silva. O antipetismo continua sendo o maior “cabo eleitoral” do morador mais ilustre do Alvorada.

E qual seria o presidenciável que Bolsonaro tem maior medo de encará-lo no segundo round ? A resposta, também sem pestanejar, é Ciro Gomes (PDT).

Se não querem Bolsonaro por mais quatro anos na presidência da República, só há um caminho : Ciro no segundo turno, votar no pedetista agora, na primeira etapa eleitoral.

O gigantesco e encrustado antipetismo vai eleger novamente Bolsonaro se Lula for o adversário do segundo turno. Seria o enterro político definitivo de Lula e o enfraquecimento do lulopetismo.

Marco Wense é colunista político/Itabuna