UBAITABA: BÊDA NÃO É MAIS PREFEITO! (Por Hugo Henrique(*)
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  • 06/05/2016 
  • redacao

hugookok

Dizem informantes do Palácio da Colina que o prefeito Bêda anda entediado com seu dia-a-dia enfadonho, repetitivo, rotineiro e já não tem mais “saco” para nada, já que é sempre a mesma coisa: Marcos Líger – o super-secretário, já está tutelado e já sabe como administrar a prefeitura, quase nunca lhe incomoda, paga os salários em dia “passa a régua e fecha à conta;” a Câmara de vereadores é de sua maioria, Bal do Armandão, Porqueres, Welton, Marcelo, Herbert e Capenga Maia garantem a costumas calmaria no legislativo, previsível e permissivo; a oposição continua tentando tomar o poder, mas como sempre brigam entre si e acabam “nadando muito para morrer na praia;” Zé Bolacha, Dilson do Táxi e Maçã fazem denuncias que geralmente não vão à frente, e quando vão, esbarram na morosidade judiciária ou na articulação e habilidade que lhe renderam o cargo de Auditor Fiscal… Quando alguém liga para FM para falar de um buraco, da rede de esgotos ou dos entulhos, essas informações banais nem chagam aos ouvidos dele, Líger resolve com “Dú Cabeção” e está tudo tranqüilo… Então Bêda enjoou disso! Isso é muito trivial. O que ele gostava mesmo era daquela disputa quente que teve com Armando Uzêda, com Mary Loyola! Do dia que foi preso e que retornou nos braços do povo, da época que foi crucificado na rádio porque da polêmica com os concursados, brilhava os olhos é quando vinha com Geddel inaugurar grandes obras de calçamento deixando a oposição enraivecida, dos velhos tempos em que numa manobra cinematográfica inelegeu Kekede, Alexande e ludibriou Zé Carlos de maneira genial enfim, – Oh bons tempos que não voltam mais! Hoje não se tem mais essas aventuras e por esse motivo Bêda cansou! Cansou desta vidinha de prefeito que de tão maçante ele é obrigado a pedir licença médica para ir visitar fazendas ou familiares por ai, para respirar outros ares, claro, além de cuidar da própria saúde… A assunção de Paulo – o vice é tranquila e caso Paulo “risque fora da cartilha” Líger já sabe qual o procedimento padrão a ser adotado sem grandes repercussões.

Mas então, o que Bêda faz para matar o tempo nestes dias tão chatos? Já assistiu aquele filme “Quebrando a banca?” Pois então, é mais ou menos naquele contexto. Na verdade,  Bêda se tornou um excelente jogador de xadrez, daqueles que traçam estratégias, barganhas e até blefes, em que o tabuleiro é a cidade e as peças são as pessoas (políticos aliados e opositores, secretários e eleitores). Esse parece ser o único passatempo daquele que venceu quase tudo a que se propôs e que agora não se entusiasma muito fácil. Vejamos.

Eis o primeiro jogo (os secretários e aliados são as peças): Corre na cidade a informação de que Paulo Bidú, Alexandre Almeida, Líger e Marly (estes últimos chegaram até a deixar o secretariado) são cotados para ser pré-candidatos a sucessão do executivo. Lembra quando o Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite I diz para os outros PMs a fatídica frase: “- Não vai subir ninguém!”? Pois é, no final será assim. Bêda cria toda essa movimentação de pré-candidaturas e especulações, que não passam de uma manobra intencionada para transparecer à população um governo democrático com alternância de poder, mas que no fundo o “cacique” é ele! E mesmo com o a rotina enjoativa e tediosa é melhor ficar fatigado no poder, do que fora dele… Xeque-mate!

Eis o segundo jogo (os opositores são as peças): Bêda assiste de camarote a oposição polarizada pelo grupo da Vereadora Suely Carneiro e do empresário Jailton Araújo, além de outras figuras não simpatizantes que pretendem decidir numa pesquisa quem será o candidato oposicionista. Mas essa briga não é coisa dele, já é tradicional no grupo opositor, entretanto, para não ficar de fora, de acordo com informações, ele tem instruído funcionários da prefeitura, Peemedebistas, cabos eleitorais e outros aliados do governo a votarem na pesquisa favorecendo quem ele julgue mais fácil de derrotar nas urnas, ou seja: Xeque-mate!

Eis o terceiro jogo (os vereadores são as peças): “Aos amigos tudo, aos inimigos a lei!” Dizia Vargas parafraseando Maquiavél. E assim é aqui! Quem se mantiver fiel terá sua recompensa na campanha com ajuda da máquina e ainda assim não são todos, mas são os mais estratégicos para que se mantenha uma maioria legislativa capaz de endossar o que for interessante e barrar o que não for, caso contrário, basta demitir os contratados indicados pelo edil e não dá outra: Xeque-mate!

Eis o quarto e ultimo jogo (os eleitores são as peças): Daqui há alguns dias ou meses a prefeitura volta à ativa, Bêda deverá inaugurar obras, fazer um São João bacana e agora com a possível ascensão do PMDB à presidência Geddél – o seu “gênio da lâmpada” deverá trazer uma enxurrada de obras eleitoreiras para a cidade, o que causará na população de memória curta a falsa impressão de governia e desenvolvimento, que por sua vez, terá reflexo avassalador nas urnas e… Xeque-mate!

Quem pode impedi-lo de continuar com suas implacáveis vitórias? Não é seguro dizer. Apenas se sabe que ele vem jogando há 16 anos, reunindo fichas, derrotando oponentes, quebrando a banca e engordando as apostas.

Bêda já foi um grande prefeito e talvez um mero jogador, hoje é um grande jogador e um mero prefeito e quem quiser derrotá-lo, no mínimo terá que aprender a jogar xadrez.

 (*)-Hugo Henrique Ribeiro de Almeida – Acadêmico do 4º ano de Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC; Diretor Estadual – Bahia do Comitê Brasileiro de Ligas do Trauma –Cobralt;


  1. Valdemir A. S. Liger Neto disse:

    Dentre os vários aspectos abordados ao longo do texto, creio que a “memória curta” da população é o que mais me chama atenção.
    É preciso renovar e modificar a forma de se fazer política no Brasil.
    Medidas eleitoreiras não podem ser consideradas e a população deve enxergar um pouco além do imediato.
    Abraços