PANCADINHA, SUCESSÃO MUNICIPAL E O PT ( Coluna Wense (*)
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  • 06/11/2022 
  • redacao

 

 

O vereador Fabrício Pancadinha, eleito deputado estadual pelo Solidariedade, sendo o mais votado entre os candidatos com domicílio eleitoral em Itabuna, com mais de 23 mil sufrágios, precisa decidir seu futuro político de acordo com o que passa pela sua cabeça em relação ao processo sucessório de 2024.

Se o edil pensa mesmo em disputar o comando do centro administrativo Firmino Alves tem que continuar na oposição aos dois governos, o do prefeito Augusto Castro (PSD) e do governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT).

No campo oposicionista, em decorrência da sua surpreendente votação, o edil é a principal carta do jogo sucessório de 2024. Uma eventual passagem para o governismo significa o começo de uma decepção do seu eleitorado.

Para se firmar como prefeiturável, além de ter uma boa atuação parlamentar na Assembleia Legislativa, tem que conversar com outros postulantes à Prefeitura de Itabuna, como, citando apenas dois nomes, o médico Isaac Nery (Republicanos) e o vice-prefeito Enderson Guinho (UB).

Sem essa união dos oposicionistas-prefeituráveis, o caminho de Pancadinha ou de qualquer outro postulante ao comando do poder maior do Executivo municipal fica complicado. Não sei dizer se Mangabeira (PL) e o ex-alcaide capitão Azevedo (PDT) pretendem ser candidatos. Outro ponto é o enfrentamento a duas poderosas máquinas de conquistar votos : a do município e do governo do Estado.

E o PT ? Como não tem uma opção com viabilidade eleitoral, e não há mais tempo para construir esse nome, vai terminar apoiando o segundo mandato de Augusto Castro, tendo como contrapartida a indicação do vice e a titularidade de duas ou três secretarias.

A decisão de apoiar à reeleição de Augusto vai surgir de uma conversa entre o senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, com Rui Costa, Jaques Wagner e Jerônimo Rodrigues. O diretório municipal não terá força suficiente para impor uma candidatura própria.

Costumo sempre ressaltar, quando comento a sucessão de Augusto Castro, que o surgimento de um nome diferente, sendo uma surpresa por ter aceitado entrar na disputa pelo comando da prefeitura, que nunca foi filiado a partido nenhum, pode surpreender. Nos bastidores, essa opção já é discutida.

A votação de ACM Neto em Itabuna, colocando mais de 25 mil votos na frente de Jerônimo Rodrigues – 68.739 versus 43.661 -, é outro ponto a ser considerado. Boa parte desse eleitorado que votou no ex-prefeito de Salvador a pedido de Pancadinha pode se rebelar contra uma mudança de posicionamento político do líder.

Portanto, o melhor conselho para o ainda vereador e futuro deputado estadual é que todo cuidado é pouco. Um passo errado pode significar o início da derrocada política.

(*) -(Marco Wense-comentarista político-Itabuna