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- 21/10/2025
- redacao
A recente eleição de Dr. Ravan (Isravan Lemos Barcelos – PSD) para a prefeitura de Maraú transformou o município em um palco de um teatro jurídico que expõe as fragilidades do sistema de justiça brasileiro.
Enquanto a maioria dos eleitores de Maraú o escolheu nas urnas, o político carrega o peso de ser um condenado por improbidade administrativa e ter a obrigação de devolver mais de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos, referentes à sua gestão anterior em Ibirapitanga.
Seu caso é um emblemático exemplo da morosidade da Justiça, que, ao falhar em dar uma palavra final rápida e definitiva, permite que indivíduos com histórico de má gestão continuem galgando posições de poder.
A estratégia jurídica do ex-prefeito de Ibirapitanga tem sido clara, sendo esta, a protelação, através da interposição de inúmeros recursos em diversas instâncias como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Justiça Federal.
O objetivo principal não é apenas tentar reverter a condenação, mas, acima de tudo, suspender os efeitos de sua inelegibilidade a tempo de concorrer e se manter no cargo.
Apesar de ter sua inelegibilidade confirmada em decisões federais, o fato de ter concorrido sub judice e ter conquistado o voto popular cria um paradoxo alarmante. Dr. Ravan demonstra um profundo desprezo pela transparência e pela moralidade administrativa; pois além de ignorar as condenações por improbidade e acúmulo irregular de cargos, onde sua própria esposa, Secretária de Saúde, assinava seus pagamentos, e utiliza a máquina judicial não para buscar a verdade, mas sim como um escudo para perpetuar sua carreira política, à custa da credibilidade das instituições. Enquanto a Justiça se arrasta, o sistema permite que o dano ao erário não seja reparado, mantendo o dinheiro público fora dos cofres.
Essa situação cria um risco institucional ao permitir a posse de um prefeito com o registro de candidatura pendente, ameaçando a estabilidade da gestão de Maraú.
Reportagem: Mateus Oliver – Jornalista
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