VAI TER GOLPE? NÃO, JÁ HOUVE! (Por Valdemir Liger Neto ( *)
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  • 17/04/2016 
  • redacao

ligerokokok

Os atuais  acontecimentos políticos no Brasil tem ofuscado qualquer outro assunto nos botequins, redes sociais e, sobretudo na mídia.

Dentre os principais temas que circundam o meio político, está a incerteza na continuidade de Dilma Roussef como presidente do país, haja vista o pedido de impeachment protocolado pelos juristas Hélio Bicudo e Janaina Paschoal, que tramita na câmara dos deputados e posteriormente será submetido a aprovação no Senado Federal.

Diante da possibilidade real de perder o cargo e, consequentemente ver cerceado o seu projeto de poder, o Partido dos Trabalhadores passou a adotar um discurso único face ao já mencionado pedido de impeachment. Discurso este que objetiva atacar os que apoiam o impeachment como: “Golpistas”.

É preciso esclarecer que para se tornar um Golpe, o pedido não poderia encontrar subsídios fáticos e legais. No entanto, na defesa da Presidente Dilma o Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, inicialmente nega qualquer crime, mas em dado momento da sua sustentação confessa as famigeradas “pedaladas fiscais” afirmando que tal fato não poderia incriminar a Petista, pois segundo ele: “Todos os outros presidentes fizeram”.

Afora isso, cada vez mais vai ficando caracterizada a existência de crime de responsabilidade fiscal, agravando a situação petista.

Ora, não seria elegante apenas desqualificar o argumento Petista sem apresentar-lhes um exemplo de um verdadeiro golpe.

Em vista disso, vale remeter-se aos idos de Outubro de 2014, data onde o Brasil vivia plena ebulição eleitoral que teve como vitoriosa Dilma Roussef (PT). Durante a referida campanha os candidatos apresentavam suas propostas e se submetiam aos debates.

Contudo, ao longo do pleito eleitoral, chamou atenção a postura do PT que fantasiava a situação nacional, aduzindo que o país tinha tudo para continuar em pleno crescimento uma vez que o Brasil estava mais sólido do que nunca.

Pois bem, dentre as fantasiosas alegações petistas, destacaria algumas. A exemplo de quando Dilma alertou aos brasileiros que se qualquer outro candidato ganhasse, os direitos trabalhalhistas seriam suprimidos, causando terror nos trabalhadores brasileiros.

Ora, basta uma simples pesquisa para lembrar que a nossa querida presidente em meados de 2015, sancionou a Lei 13.134, que altera as normas de acesso ao seguro-desemprego, tornando-as extremamente mais rígidas. Contraditório, não?

Ainda sobre as promessas da campanha petista, destacava-se a alegação de que se o PT saísse do poder, qualquer outro candidato iria acabar com programas sociais, referindo-se dentre outros, ao FIES.

Tão contraditório quanto a supressão dos direitos trabalhistas, é notar que em 2015, o então Ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, declarou que o dinheiro para o FIES teria acabado. Posto que atualmente é sabida a grande dificuldade que o cidadão tem ao tentar obter uma nova inscrição junto ao FIES, dada a escassez de recursos para subsidiar o ensino superior.

 Para citar todas as promessas não cumpridas na campanha petista não caberia somente a escrita de um artigo, mas sim de uma monografia.

Não é razoável exigir que toda promessa de campanha possa e deva ser cumprida, mas o fato grave é notar que os Petistas passaram a fazer tudo aquilo que acusavam os outros partidos.

Hoje fica claro que Dilma já tinha ciência que a crise era eminente, mas a troco de acusações falsas e uma avalanche de promessas (não cumpridas) optou por iludir a população brasileira, sobretudo os mais pobres, que consequentemente dependiam em demasia do Estado.

Nos dias atuais o pobre é quem mais sofre com a ilusão criada na campanha Petista de 2014. Campanha esta, que fora diretamente subsidiada pelas pedaladas fiscais que dão alicerce ao famigerado processo de impeachment.

Ante os aspectos aqui expostos, seria interessante questionar ao pai de família que acreditou nas promessas petistas e que hoje, além de desempregado, tem que utilizar o pouco dinheiro que lhe resta para tentar sustentar sua família, quem são os verdadeiros golpistas.

Como fora supramencionado, os que são contra o processo de impeachment bradam que: “Não vai ter golpe”, argumento extremamente verídico, afinal, não vai ter golpe, já houve.

(*)- Valdemir Liger Neto, Advogado, Pós graduando em Direito civil pela Faculdade Baiana de Direito;


  1. ANDERSON LIMA disse:

    Gostei da opinião do Dotor.
    Nós que somos pobres é que estamos vendo quem sofreu o verdadeiro golpe.
    PT jamais !!

    Renovação na política brasileira !

  2. Roberto M disse:

    Gostei do artigo. Muito coerente. Precisamos de pessoas com essa linha de pensamento na politica brasileira.

    • Valdemir A. S. Liger Neto disse:

      Muito obrigado meu caro, a ideia é tentar criar uma reflexão junto a população para que possamos modificar e renovar nossa forma de lidar com a política. Forte abraço

  3. Valdemir A. S. Liger Neto disse:

    Prezado, Anderson, agradeço pelas palavras e creio que o único caminho passa pela renovação dos políticos e na forma de se fazer política no Brasil.

    Forte Abraço

  4. Hugo Henrique R. de Almeida disse:

    Apesar de não poder negar o papel do governo petista no desenvolvimento nacional, o preço pago foi muito alto. Rios de dinheiro escorrendo para financiamentos de campanha ilegais e para contas de marketeiros e empreiteiras no exterior… Mas esse famigerado “golpe” que eles tanto citam, na verdade é falta de argumento contra os desmandos agora descobertos e levados a corte e ao conhecimento nacional… Oferecer cargos e ministérios em troca de apoio na Câmara foi uma explícita compra de votos em rede nacional, quando o MST ameaça invadir fazendas caso haja impeachment – é uma clara ameaça também em rede nacional, quando se tenta nomear ministro apenas para adquirir foro privilegiado e etc… Precisamos rever o conceito de golpe! Aliás, para finalizar, o golpe geralmente é algo agudo: se depõe o governante e se instala um novo governo ou nova ordem democrática ou não… Golpe não forma comissão, não tramita, não é votado em parlamento ou em senado… Muito menos é investigado com afastamento temporário… Mas se querem chamar de golpe, que chamem, talvez esse seja o único argumento dos que erraram e não reconhecem seus erros.

    • Valdemir A. S. Liger Neto disse:

      Prezado, Hugo.
      Como você observou em seu comentário, a alegação de Golpe nada mais é do que um artifício sujo e desonesto dos Petistas, para tirar o foco da real situação. Não há golpe algum !

      Concordo que os avanços sociais do PT são significantes para o Brasil, mas precisamos observar a troco de que eles fizeram isso.

      A ideia central é criar uma gama de pessoas que tornem-se dependentes do Estado e precisem de sua ajuda eternamente. Assim o poder deles sobre uma maciça parte da população seria eterna.

      Creio que a melhor técnica para combater o frouxo argumento de golpe, é mostrar a nossa Constituição Federal, atrelada a Lei de Responsabilidade Fiscal, ambas desrespeitadas por Dilma.

      Tenho uma tese e ainda decorrerei futuramente sobre, que o PT não aprendeu a ser situação, pois mantém um discurso de oposição que não combina com um partido que está há mais de 13 anos no poder.

      Continue acompanhando as colunas.

      Forte Abraço

  5. Fernando Castro disse:

    PÁTRIA EDUCADORA – SLOGAN PETISTA PARA SUGERIR E INDUZIR À POPULAÇÃO A UM CONCEITO ENGANOSO, AFLORANDO, AOS MAIS ATENTOS, POR ONDE O GOVERNO MANIPULA A MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO – A FALTA DE EDUCAÇÃO, A FALTA DE FORMAÇÃO, A FALTA DE CULTURA. MANTER A POPULAÇÃO NA ESCRAVIDÃO, PASSA PELA NEGAÇÃO À ACENSÃO CULTURAL DO INDIVÍDUO, FORMANDO UMA “MASSA DE MANOBRA” CARENTE E DEPENDENTE DO SISTEMA DE “PANIS ET CIRCENSES” PERVERSAMENTE IMPOSTO E SORRATEIRAMENTE DISSIMULADO SOB FORMA DE PROPAGANDA”NAZISTA” (MENTINDO SISTEMATICAMENTE, PARA A MENTIRA SER ENTENDIDA COMO VERDADE). ESSA É A FORMULA IDEAL PARA MANTER-SE NA FORÇA DO PODER, PELO PODER DA FORÇA.

    • Valdemir A. S. Liger Neto disse:

      Grande Fernando Castro, sua observação está perfeita, pois até onde se sabe o PT tenta utiliza métodos pouco ortodoxos nas suas campanhas, e uma delas é acusar o outro daquilo que faz.

      A ideia central do PT é manter a maior quantidade de pessoas possíveis como dependentes do ESTADO, assim, sempre terão o controle sobre uma grande quantidade de pessoas.

      Quando o governo do PT está ameaçado, passam a afirmar que o bolsa família será extinto se saírem do poder.

      A verdade é que utilizam a política do medo. Mas devemos perder o medo de nos livrar dessa forma de governar que já se mostrou falida.

      Continue acompanhando as colunas e comentando.

      Forte abraço.